“DUAS HISTÓRIAS, UMA CEBOLA”
Caras Companheiras e Companheiros,
Caras e Caros Benfiquistas,
Não resisti. Tive mesmo de pegar na pena e no meu bloco de apontamentos dos meus “posts” no Antitripa e descrever-vos um facto ocorrido ontem entre mim e os meus Queridos Filhos.
Quem é pai, e então um como eu que já deveria ser avô, sabe como ninguém o que são estas “pérolas únicas”, razão principal de uma inexplicável força interior para viver com alegria e motivação, para lutar contra todas as adversidades e acima de tudo para cultivar e transmitir o conhecimento e os princípios mais elevados e urbanos herdados de gerações de pais e avós, nos quais me revejo e pelos quais me rejo e pugno.
Vem tudo a propósito de uma situação em relação à qual, como é óbvio, os meus filhotes têm reparado. Têm visto com alguma estranheza, o pai a escrever com maior frequência do que o habitual e sempre com um caderno quadriculado A4 debaixo do braço.
Perguntaram-me o porquê desta “anormalidade” e eu disse-lhes e expliquei-lhes o sucedido. Que era participante activo num blogue – o Antitripa - descrevendo-lhes a sua função e a sua essência, e que o Viriato de Viseu, que eles conhecem, também mandava aqui umas “bocas” engraçadas dando-nos a todos motivo para umas boas risadas. Também lhes disse que o caderno quadriculado me permitia escrever em mais linhas, poupando folhas. E, acreditem ou não, sempre utilizei estas folhas, talvez porque gostei sempre muito de Matemática. Só nos exames, nas provas e nas disciplinas de línguas escrevia em papel pautado.
Após esta explicação, lá veio a pergunta óbvia:
- Ó pai, podemos “mandar” alguma coisa para o blogue? – perguntou o mais velho.
-Penso que sim. Os senhores do blogue não se oporão a que dois “fedelhos” apoiados pelo pai, façam cada um a sua composição e no sector reservado ao pai, se publiquem excepcionalmente as vossas façanhas.
A coisa passou.
Já à tardinha, estando eu em frente à pantalha do computador, qual não é o meu espanto quando aparecem os dois, cada um com o seu caderno quadriculado debaixo do braço a pedir uma caneta igual àquela com que eu escrevo.
- Sim senhor! Façam favor, aqui têm! Mas convosco em férias até estou admirado com esta vossa atitude. Mas está bem! – disse eu.
- Pai, vou fazer uma “redacção” sobre a palhaçada do “cebola” – disse o mais velho.
O mais novo, não querendo ficar atrás, disse:
- Eu também, pai!
E logo de seguida perguntou:
- Ó pai, como é que chamas àquele de laço preto e de flor vermelha no casaco, ali, naquele teu cartaz que diz “The Godfather”?
(Tenho um cartaz tipo anúncio de filme, em A4, colado com fita-cola na parede, mesmo em frente ao computador, do primeiro filme de “O Padrinho” em que substituí a cabeça de Marlon Brando pela de “Giorgio” e onde coloquei Parte 4).
- “pinto-das-bufas” – disse eu.
- Ah! Pois é. Mas para mim vai ser “pinto bufão”! – disse o mais pequeno a rir-se.
- Pronto. Vá! Façam lá o que têm a fazer, e agora deixem-me ver o blogue e os comentários que lá estão. Durante dez minutos não me perguntem nada, nem me chateiem! – disse eu
- Vá. Toca a andar! Vá! – continuei.
- Ok, pai! – responderam os dois.
Passada meia-hora, apresentam-se com duas composições em relação às quais fiz a correcção ortográfica devida e alterei uma ou outra palavra para que o sentido da frase fosse exacto e perceptível.
Ri-me bastante com elas.
Assim, ei-las:
1ª
“O nosso Cozinheiro-chefe resolveu contratar uma “cebola” como agradável ingrediente para os seus cozinhados.
Durante algum tempo foi um bom ingrediente e deu um sabor especial à nossa “sopa”!
Após um tempo na “Chama Imensa” a cabeça da “cebola” apodreceu e a “cebola” resolveu entrar no “cozido do porko”.
Depois de muitas chatices, a “Chama Imensa” teve de recordar o que o maior “porko” da “vara” disse:
- Pois…oink,ronk,oink,ronk,…na minha ementa…oink,ronk,oink,ronk,… não quero…oink,ronk,oink,ronk,… nenhum ingrediente…oink,ronk,oink, ronk,…da “Chama Imensa” …oink,ronk,oink,ronk,…
Esta escapou do “Chama Imensa” …oink,ronk,oink,ronk,… porque era podre e mal cheirosa…oink,ronk,oink,ronk,… e então cá veio cair no “cozido do porko”.
E para terminar, mais uma vez ouvi um bando das rolas a cantar:
- Co…corruptos, co…corruptos, co…corruptos…”
de GRÃO VASQUINHO I (11 anos)
2ª
“O pinto bufão não queria nenhum jogador do Benfica, mas o pinto bufão pensou escolher um jogador que se chamava “cabeça de cebola”. Mas o pinto bufão é uma cebola podre porque dá muitos “puns”. O “cabeça de cebola” é mesmo uma cebola e é plantado num campo de cebolas mal cheirosas.
Não quero nenhuma cebola destas no campo do meu Benfica.
de GRÃO VASQUINHO II (7 anos)
Findos os trabalhos, e contentes com a minha promessa de publicação, o mais novo perguntou-me:
- Ó pai, podemos ir para o campo?
(Próximo de onde vivemos há um polivalente descoberto)
- Sim podemos.
Dois grandes beijos, um de cada filhote, tudo contente, e o pai na maior!
Em ambiente de grande fervor benfiquista, vestimos as nossa camisolas Centenárias e Gloriosas do Nosso Benfica, calçámos as nossas “sapatilhas” e ao lusco-fusco, lá entrámos nós em campo para mais uma jornada de luta!
VIVA O BENFICA!!!
Nota Final
Este foi um apoio tácito e um claro sinal de que os meus filhotes querem que eu continue a escrever no blogue e a lutar pelo Glorioso!
Eu já luto desde que nasci. Da minha parte já cá estão mais dois para lutar e de que maneira pela Causa!
NÃO SE ACANHEM!
GRÃO VASCO