Sporting, um satélite do sistema corrupto
Serventuário, chorão, aldrabão e chavasco
1. Pinto da Costa e Roquette assinaram um acordo. Combinaram maquievelicamente asfixiar o Benfica. Pinto da Costa, amo e senhor absoluto de todos os aparelhos, que dominava através de capangas, capatazes e testas de ferro aliciados e de cérebro branqueado, comandava árbitros, auxiliares, delegados, avaliadores, formadores, órgãos de justiça, federação, liga e informação.
O Benfica era o colosso, o inimigo, o único capaz de o enfrentar e vencer na sua tentação de completa e duradoira hegemonia.
O Sporting, dizem, descendente farrapão de viscondes e viscondessas, há meio século contentado com apenas meia dúzia de títulos, há quase duas dezenas de anos de jejum continuado, era o serviçal apropriado e acomodado.
Pinto da Costa prometeu umas côdeas, distrair-se às vezes e deixar cair umas migalhas cujo destino era a sarjeta. Em troca, campeonato para si, segundo para o subalterno.
O Sporting comprometia-se a não contestar o primeiro, comer e calar o segundo, a soldo de protecção quanto aos presuntivos milhões da Liga dos Campeões.
Assim tem sido o servilismo! Com altos e poucos baixos e alguns contras momentâneos.
Dias da Cunha alinhou, foi atentíssimo aluno de tão sabichoso professor da batotice desportiva, com quem muito aprendeu das lides subterrâneas! Mas zangou-se quando detectou picada venenosa e destoou, bradando que o dito professor era muito perigoso…
Foi excomungado pelos seus, arriado do poder satelizado, um sacrílego esconjurado!
Em seu lugar, o expoente refinado e de servilismo requintado. Pau mandado, carteiro, porta-voz prestativo do condenado. Que importa, diz por vezes o amo, que, depois do almoço, o subalterno não diga coisa com coisa?!
Muitos exaltam o lugar reservado na presidência de Alvalade. Outros se lamuriam num desconcerto insano de despeito malfadado!
Que ignaros! O convite é do patrono, o tributo é do servente!
2. Condenado por corrupção desportiva, na forma tentada, Pinto da Costa só pode delegar no seu satélite e lugar-tenente as pressões sobre a arbitragem. Manda os serventuários par’ a vinha e fica ao portal. Sacode a água do capote e, se e quando preciso, aparece como o bom samaritano.
As pressões têm um único alvo, o Benfica.
FC do Porto e Sporting têm sido altamente beneficiados, em especial nos momentos mais tormentosos. Zarolhos quanto aos favores mútuos. Nem o servo ruge quanto aos presentes do amo – veja-se Coimbra – nem o amo bufa labareda quanto aos favores do servo.
Pinto da Costa, porém, esforçou-se
Depois do acordo de Roquette, o Sporting tem sido abençoado e benzido pelo papa. Por isso, a chinfrineira da Taça da Liga é digna carapaça de um desequilíbrio interno, uma pateada de um dos seus picos febris. Um pico demencial que lhe toldou o tino e anuviou os olhos estrábicos de tanta choraminga. Vesgo, febril e depauperado, obnubilou-se-lhe o siso. O golo irregular que marcou é presente do amo!
O Sporting é um farrampeiro! Contra o Benfica imagina que são favas contadas! Miserentos de tanto perder, memória tacanha, inundada de carpidura!
Finalmente, só lhe faltava chorar os amarelos. Bebés chorões de tanta aprendizagem, meninos fraldiqueiros da mamã, inocentinhos mulherengos incapazes de traulitada! Um Derlei, um Rockembac, um Silva de peitaça e discóbolo da medalha, um Liedson matreiro, perspicaz e sorrateiro!
O chorão gaguejante, carpideira-mor aio de bebés chorões, debita dislate! Ninguém o cala!
E com razão! O chorão é chupista! Onde pára o chupetão?!
Mete dó! E com(P)aixão! E nem um signo à rabugice malcriada!
Ninguém se apressa com a chucha, o choramingas chalreia e não sai da chafurdeira!
O Sporting choramingão traquina o árbitro para que o leve ao colo, não pela mão! Não quer o primeiro, mas o segundo. É birrento, os árbitros não devem deixar que o Benfica ganhe! Como qualquer clube de pequena dimensão, o seu campeonato ganha-se ganhando ao Benfica e, se possível, ficar classificado à frente dele!
3. Azevedo rasgou o contrato de televisão. Uma ignomínia, um vexame para estas virgens pudibundas do choramingo! E a Azevedo até o tribunal deu razão!
Agora, este tabernáculo de virtuosidade sacripanta faz do rasganço o chiar do submisso!
Escandalizados porque a sagres os mandou passear! Queriam tanto como o Benfica! Julgam-se ainda grandes e nem nos jogos da Liga dos Campeões têm tanta assistência como o Benfica em dia de jogo com um clube que vai descer de divisão!
Por que não fizeram uma choradeira a condizer?!
E o amo deixava o servo tresmalhado?!
Nem pensar, abocanhou-o para o rebanho!
É claro que a Sagres até ficou aliviada! Certamente o retorno da comissão era abaixo de zero! Assim, ganha os tostões que deixa de pagar e ainda é bem capaz de ao tribunal ir sacar mais algum!
Que alívio, terão suspirado os donos da Sagres!
4. Do Sporting de condes e viscondes resta uma trupe de beatos. O papa ora, ordena, abençoa, jura, mente ao Papa, o verdadeiro, faz da amásia sua filha. É o amo.
Depois vem a trupe dos frades, curas, e abades, talvez de bispos e arcebispos, mesmo de cardeais e outros que tais!
O sacristão e os fiéis!
Os curas não curam mais de pias baptismais para Lucílios sacrílegos. Antes a excomunhão do que a bênção e a unção!
O sacristão ajuda à missa, auxilia o papa, pau mandado e porta-voz, marotão, parece dar-se bem com o branco do sacrifício divino! Depois, já não diz coisa com coisa!
Foi o papa, foi o papa! Se ele mentiu?! Ora, também já mentiu ao Papa, o verdadeiro! É uma questão de devoção e juramento!
Os devotados fiéis servem o canto, o canto dos ofícios, o canto das madalenas, mais chorão do que canção, cantilena carpideira em salmos de oração em choradeira ao apito do Paixão, das ligas e da comissão!
No meio da procissão, destaque para o abade chavascão. Em transe delirante e sem razão, põe-se frente ao espelho, mira na avantesma do seu carão esquizotímico. E brada esquizoidia, magicando fantasia. Cismático, solta alarvidade rogando a Deus a piedade, em devaneio de cabeça perdida e clamando:
«Não é minha, não é minha, esta carranca reflectida. Ou será qu’ está travestida?!»
Tristes figurantes, escravos e servos da gleba da corrupção já condenada! Os ditos condes e viscondes, irresponsáveis pela sua partição, não andam às voltas nos seus sarcófagos nem dão patadas no caixão! Não parturejaram um chorão! Por isso, com voz cavernosa, imunda e grossa, bramam das profundezas a razão!
«Chamem o psiquiatra! Que lhes receite alguns calmantes!»
«Não, não! Chamem o Freud! Chamem o Freud!...»