sábado, outubro 24

O fim de uma tradição

Há cerca de 1 mês atrás, Sérgio Pereira Cardozo do Correio da Manhã escreveu uma peça interessante sobre as assistências no estádio do Dragay (e no seu antecessor, o estádio das Antas).

É uma peça que demonstra claramente que há falsificação do número de espectadores nos jogos em casa dos corruptos. Ou isso, ou há uma "grande coincidência", daquelas que só acontecem por alí.

Nesse artigo, Sérgio escreve o seguinte:

"A terminação do número de espectadores no Estádio do Dragão parece tudo menos inocente. Em todas as partidas que o FC Porto consegue marcar um golo nos primeiros 45 minutos, o autor desse tento inaugural merece uma homenagem, com o seu número da camisola a constar nos últimos dígitos da assistência oficial. Um mistério que ultrapassa a simples coincidência."

Se olharmos para os números das 2 últimas épocas (2007/2008 e 2008/2009), constatamos que dos 30 jogos realizados em casa, 18 tiveram golos na primeira parte. Fizemos uma pequena análise desses jogos (com o marcador do primeiro golo, com o seu número da camisola entre parêntesis, e o número ofícial de espectadores para cada um desses 18 jogos) para que possam analizar por vocês próprios:



Vejamos... nas 2 épocas o Porto teve 18 jogos em que marcou na primeira parte. Em 17 deles, a terminação do número de espectadores é igual ao número da camisola do jogador. Só no Porto-Académica da época passada, esta "coincidência" não aconteceu. Quaresma (7) marcou e apareceu o número do Lisandro... o responsável pela numeração devia estar a tratar da hemorróida no momento do golo.

E pelo que Sérgio conta, estás "coincidências" já acontecem há muito.

"Ora, não se trata isto de um registo único, nem sequer recente. Basta saltar até ao tempo do Estádio das Antas. Num dos últimos encontros no antigo recinto, a 30 de Novembro de 2003, o FC Porto recebeu e bateu (4-1) o Gil Vicente. Maniche, com o 18 nas costas, fez o primeiro tento. Espectadores: 16 018. Em Abril de 2005, Hélder Postiga abriu as contas na recepção ao V. Setúbal (2-1), num jogo com 26 541 pessoas a assistir. Número de Postiga? 41."

E esta época? Pois... esta época para não variar no primeiro jogo em que marcaram na primeira parte em casa (o jogo da 4ª jornada), a terminação do número de espectadores era 17 (38117) que, coincidência das coincidências, é o número da camisola de Varela, o marcador do primeiro golo.

Mas como logo a seguir a isso, Sérgio Pereira Cardozo escreveu este artigo, no jogo seguinte contra o Sporting a "coincidência" não aconteceu. Falcão (9) marcou mas o número de adeptos terminava em 11 (46511). Será que tiveram medo? Será que alguém na liga teve a coragem de os ir investigar?

Por estas e por outras (e por muitos zunzun's que ouço), que dúvido que eles tenham uma média de assistência ao nível do que eles publicam. Mas já sabemos que eles podem dizer, escrever e fazer o que quiserem sem que ninguém os puna.

Bom fim de semana,

V.