terça-feira, dezembro 18

BATEM LEVE, LEVEMENTE, COMO QUEM CHAMA POR MIM

"Será chuva, será gente? Gente nao é certamente e a chuva nao bate assim".
Assim começa o poema de Augusto Gil "Balada da Neve".
Entao o que será que bate assim e chama por mim?
-Será o facto de que sempre que se "descobre" alguma coisa que incrimina ainda mais o clube da Fruta, neste caso os Pidás da noite do Porto, há sempre uma entrevista "oportuna e doce", com perguntas mais do que convenientes ao Apito da Bosta, onde calmamente e, como se nada fosse com ele debita de sua justiça?
-Será pelo facto de ao Apito da Bosta, nunca ninguém lhe pergunta pelo Apito Dourado(nem pelas escutas), antes, permitem-lhe fazer ataques descabelados a Luís Filipe Vieira, Mª. José Morgado, ao marido Saldanha Sanches(pasme-se!!!) e defender O Pintinho da Arbitragem (mais de cem crimes de corrupçao) por quem punha as maos no lume, e ninguém o confronta com isso?
-Será o facto de quinze anos depois os implicados na fraude do FSE, terem sido absolvidos, levando-me a crer que as setenças condenatórias na Justiça, sao pura vingança dos Juízes, para quem nao tem Padrinhos?
-Será o facto de o Apito Dourado levar já 3 anos, sem resoluçao à vista?
-Será o facto de um qualquer jornal dizer que a Direcçao do meu Benfica (ao arrepio dos sócios) querer mudar o sagrado emblema, como a dizer que o Benfica Eterno e Glorioso perdeu a sua identidade, que já nao vale nada, que é algo para ir para o lixo?
-Será pelo facto da Imprensa deste País estar, corrompida,comprada, amedrontada,servil, enfim estar um verdadeiro nojo?
-Será o facto da minha inquietaçao ao temer, que a prisao dos Pidás, é para os proteger dos inevitáveis ajustes de contas, e manter assim intacta a guarda pretoriana do Apito da Bosta?
-Será o facto do presidente do Marítimo, muito docilmente, vir a mendigar aquilo a tem direito?
-Será o facto de ter lido o belissimo artigo de Pacheco Pereira, de quem nao gosto e, me situo nos antípodas políticos:
"Só lá me sinto inteiro, sem heimatlos. E é exactamente por isso que a doença que grassa já há uns anos na minha terra me preocupa e não me cala. Não foi "Lisboa" que a inventou, foram portuenses que a fizeram e que a mantêm com todos os maus argumentos e com a única lógica que conhecem, a do poder e a do dinheiro, com a mesma dimensão do Bada Bing. Tenho a veleidade de considerar que, falando desta doença e destes "meios", sirvo melhor a minha terra, o Porto.(No Público de 16 de Dezembro de 2007)© José Pacheco Pereira"
- ninguém com responsabilidades tugiu nem mugiu, a este magnífico artigo...
Augusto Gil termina assim:
"E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração."