quinta-feira, maio 21

NOTAS SOLTAS

Um MP de processos de intenções

1. Já conhecíamos um MP perdedor dos processos contra os poderosos. Já conhecíamos um MP incapaz de investigar factos que sustentem as suas acusações. Já conhecíamos um MP incapaz de investigar quem, no seio da sua investigação, avisa arguidos para fugir à detenção e destruir a prova incriminatória. Já conhecíamos um MP incapaz de investigar agressões físicas perpetradas contra pessoas que “desafinam” dos processos da máfia no futebol português e cujos agentes e mandantes estão bem localizados. Já conhecíamos um MP de queixinhas de meninos mimados pressionáveis. Já conhecíamos um MP que não respeita superiores hierárquicos e se vai queixar a outros poderes sem passar cartucho ao seu Chefe.
Ficámos a conhecer um MP de processos de intenções. É de facto, uma faceta nova de um MP incompetente, incapaz de investigar factos, esfrangalhado, sem comando, às turras, subjectivo.
O que faz este MP que não encontra matéria de facto para incriminar uma pessoa, que não possui factos para a constituir arguida?
Manda os factos às malvas, assume o “diz-se que disse”, elabora um processo de intenções e “despacha” para o vizinho. O que pretende ele? Que esse vizinho descubra, invente, imagine e concretize o seu processo de intenções?
Este é o MP que tenta colocar uns na cadeia enquanto outros assaltam e vandalizam estabelecimentos comerciais, sedes de associações, áreas de serviço e outras coisas que todos conhecem.
Triste MP! Triste justiça portuguesa!


2. M
iguel Sousa Tavares continua a divertir-nos, não porque tenha piada, mas porque se esforça constantemente no ridículo.

Muitos outros ditos jornalistas e jornais, em especial por esta altura do ano, fazem a festa, tocam a banda, deitam os foguetes, correm atrás das canas e depois … não conseguem apanhar nenhum foguete. Em fim de festa, adivinhos frustrados excepto nas aldrabices que escrevinham, esforçam-se por atribuir ao Benfica o falhanço da festança aldrabona.
Miguel Sousa Tavares é um dos mordomos. Dois motivos essenciais o movem.
O principal é a frustração e a sua dor de cotovelo. O seu clube ganha campeonatos, não no supermercado como diz Sir Alex Ferguson mas por processos bem mais mesquinhos, condenáveis e condenados. Todavia, ninguém fala dele, não vende jornais, não desperta interesse, não passa de um clube regional, não tem carisma.
O secundário, se ordem pode ser estabelecida, é que, se tiver pretensões a que seja lido qualquer escrito sobre o seu clube, tem de falar sobre toda a mafiosa corrupção, viagens de férias pagas a árbitros, quinhentinhos, notícias falsas combinadas para pressionar a justiça desportiva a reduzir ou a anular castigos, fruta milagreira, cafezinhos. E o mais que Miguel Sousa Tavares consegue, nos seus momentos mais amargos de ansiedade, é bradar contra o seu presidente, lamentando que ele “ainda não tenha conseguido … despir a capa de provincianismo”… e que, pelo contrário, “tenha preferido, como qualquer cacique da província, viver rodeado de gente pequenina”
Miguel Sousa Tavares tem consciência, embora disfarce, de que o seu presidente e o seu clube estão enxovalhados, foram condenados por tentativa de corrupção, de batotice desportiva. O Porto, mui nobre cidade invicta, é hoje uma cidade colada ao enxovalho e muitos portuenses têm vergonha daquilo que o presidente e o clube de Miguel Sousa Tavares fizeram da sua cidade.
No dia em que Miguel Sousa Tavares sentir a mesma vergonha, ele irá escrever sobre o seu clube e deixará de se preocupar com o Glorioso. E sentirá que, finalmente, tem um clube para ganhar e não um clube contra quem quer ganhar.
Miguel Sousa Tavares também fala como um entendido nas eleições do Sporting. E permite-se mesmo dar lições sobre o tema.
São zangas de comadres sem interesse das quais sobressai de novo o ridículo do, digamos, escritor e jornalista. Até parece, de facto, que o seu clube é um modelo de democracia e que Miguel Sousa Tavares fala de cátedra.


3. A
s eleições no Sporting são efectivamente um motivo de turbulência e quase anedotismo, coisa de somenos num clube em que tal manifestação é praticamente desconhecida. Acostumados a uma sucessão monárquica dita de cooptação, os poucos sócios de que actualmente dispõe a agremiação do visconde de Alvalade, gente fina que resolve a questão do excedente de pretendentes ao murro, lá vai andando num sou candidato, não sou candidato, avanço, não avanço.

No fim, algum há-de ficar, ou para ser cooptado de braço no ar, ou para ser cooptado por voto secreto. Ficará aquele que conseguir reunir os cooptantes que possuam mais herdades, quintas e quintinhas, património que contabiliza o número de votos e substitui os anos de sócio.