quarta-feira, novembro 25

O ABRAÇO DA "MORTE"


Caros Companheiros,

Quando ontem, pela manhã, um Companheiro nosso me alertou para a capa de um reles pasquim desportivo, identificado há muito como o verdadeiro órgão oficial do grémio condenado por corrupção, e exclamou como é que era possível aquela atitude pública de Jorge Jesus, podem acreditar que após lhe ter respondido que o facto para Nós era irrelevante, deixei que o meu pensamento se retivesse um pouco nessa atitude aparentemente pouco consentânea com o cenário actual, para alguns mesmo desconcertante, e àvidamente aproveitada pelos incuráveis do costume para as habituais bastardas alfinetadas, estas indirectas, no Benfica e nos Benfiquistas. Como se já não bastasse o pasquim de “Palermo”, também o órgão oficioso das lagartixas submissas e o seu irmão diário generalista, da manha, fizeram coro de tão saudação mediática.

No entanto, fico grato a tão manhoso jornaleco por ter sido tão expedito na notícia e ter escolhido este abraço como notícia do dia, com direito a fotofilme na capa, ao invés do que quantas vezes faz com as graves e dúbias mascambilhas do seu querido grémio corrupto que as omite, as esconde, as trunca e as manipula a seu bel-prazer. Este anúncio público cheio de mediatismo, de um mero cumprimento, funcionou na razão inversa dos objectivos obscuros e agitadores dos próprios autores da notícia, - a fobia anti-Benfica cega-os - pois o que seria perturbador, era que eles lhe tivessem dado um cariz privado e nebuloso, ao sabor de cafèzinhos e chocolatinhos, algures na Madalena.
Assim, Nós Benfiquistas, ficámos a saber um pouco mais das linhas com que os intervenientes no caso se cosem e que Nos servirão para nossas futuras orientações.

Após este episódio, um dos intervenientes arderá na fogueira da sua própria vaidade. Sabemos que o velho e fedorento cacique, com tiques e tácticas do tempo da “outra senhora”, crónico campeão das bufas e de escândalos passionais, lida bem com estas situações, manipulando com mestria os outros actores. Mas hoje as posições são incompatíveis e Jorge Jesus sabe-o. E Nós também sabemos o quanto JJ sabe e conhece dos mundos chicaneiros e pôdres do futebol indígena. JJ mexe-se bem nos seus bastidores e sabe tão bem como qualquer Benfiquista o significado de um abraço a tão tenebrosa figura. Também D. Michael Corleone beijou o seu irmão Fredo, no segundo filme da saga do “Padrinho”, antes de o despachar. Resta saber quem será um e quem será o outro. JJ sabe também, melhor do que ninguém – o tirocínio em Belém e em Braga, dois satélites do grémio corrupto, proporcionaram-lhe uma tarimba adequada na área secreta dos relacionamentos e compadrios – que o poder corruptor do grémio condenado, centrado naquela sinistra figura, ainda consegue manobrar e influenciar muita coisa. Por isso esteve sempre do lá de lá da barricada, mantendo uma luta encarniçada até ao dia em que viu a Luz pela primeira vez. Aí, tornou-se um verdadeiro diplomata da palavra, com um discurso polido, brando, despido daquela agressividade feroz e caceteira de outros tempos.
Uma alteração radical de comportamento que me deixou, no mínimo estupefacto.
Por outro lado, tem hoje a real noção de que a verdadeira dimensão do Benfica é incomparàvelmente superior e diametralmente oposta à mesquinhice e bastardia daquela agremiação parola, cuja gentalha que o serve continua embrenhada numa profunda mentalidade provinciana com métodos trapaceiros e subterrâneos, onde uma miscelânea de Aguiares, Moreiras e Amorins, Abéis, Pôncios e Mortáguas, Espregueiras, Madureiras, Caldeiras e Sardoeiras, Carolinas, Filomenas e Araújos, Ilídios, Lourenços, Pidás, Olímpios, Sousas, Tavares, Jujus, Emplastros e outros quejandos, se metamorfoseiam em pintos duma mesma ninhada e de reles calibre, prontos a tudo para branquear o seu amo.
O êxito de JJ no Benfica é e será sempre (se fôr…) a derrocada do grémio condenado e do seu mentor. Aquele que JJ pública e cìvicamente abraçou e cumprimentou. Só faltou o beijo para que esta cena entrasse nos anais da cinematografia, tal qual aquela que eu vi no “Padrinho II”.

Aquela reles folha dirigida por um vesgo sectário e descarado lacaio cita, com desfaçatez, um “abraço” de velhos amigos e conhecidos, despido de rivalidades. A própria capa dessa folha, um lugar que deveria ser nobre e sério, transformou-se no local privilegiado de premeditada velhacaria mediática. Azar. Nenhum Benfiquista que se preze, compra aquela merda – mira, remira, ri-se, volta costas e segue o seu caminho.
Ri-se, acima de tudo pela dificuldade de reciclagem dos exemplares não vendidos, cujas asquerosas notícias e artigos impedem que se transformem numa nova pasta para papel higiénico de qualidade, só servindo de refugo rasca para a limpeza dos traseiros das mentes conspurcadas daquelas refinadas bestas de pseudo jornalistas quais varejeiras à volta de um monte de esterco e a caminho do respectivo tratamento em Contumil.
Este foi o “abraço da morte”, não só pela decrepitude e adiantada idade de um, como também pela desmedida mas consciente ambição de outro, que não sendo Benfiquista de gema, nem de coração, muito longe disso, não quererá deixar os seus créditos profissionais por mãos alheias e tudo fará para o absoluto sucesso do Clube, projectando-se definitivamente de uma forma inigualável no panorama dos treinadores de futebol em Portugal. Este é o seu objectivo que fatalmente, mal ou bem, coincide com o nosso.
O título deste artigo bem poderia chamar-se “O abraço do polìticamente correcto”, ou “O abraço do mêdo pelo poder corrupto”, ou “O abraço do dever cívico”, ou “O abraço do respeito pelo sistema”, ou “O abraço do padrinho”, ou ainda o “Abraço de Judas”, ou ainda muitos mais, consoante o ângulo de visão de cada um.
Mas para mim, é “O abraço da morte”. Ou “morre” um, ou “morre” outro.
Em breve o saberemos!
A vitória do Benfica na Liga, significará a redenção de Jesus e a viagem sem retorno, do velho cacique pelos caminhos infernais da corrupção e do putêdo barato. Caso contrário, será a continuidade de uma sinfonia de bufas corruptas e bolorentas, com Jesus pregado na cruz, arrastando consigo mais alguns.

GRÃO VASCO