Quando me iniciei no “b-a-bá” da boa mesa, fui aprendendo que a seguir à sopa vinha o conduto e depois a sobremesa. Era e é usual antes do início de uma refeição de família, perguntar-se educadamente o que é o conduto, para que a escolha da bebida seja a adequada.
Certo dia, convidado para um almoço de confraternização entre amigos e companheiros de escola, após a apresentação da sopa e da sua respectiva degustação, ouvi um dos presentes perguntar ao anfitrião o que era “o resto”.
“O resto”? – perguntei eu, nessa altura, para os meus botões, ignorando completamente o significado. O que é “o resto”?
Logo a seguir veio a resposta, muito naturalmente.
É “cozido à portuguesa”! – respondeu o anfitrião.
Vim a saber, nesse momento, que “o resto” poderia significar “o conduto”.
Neste caso, “o conduto” era de eleição, com as melhores carnes, enchidos e hortaliça da Beira Alta, acompanhado de um néctar bem graduado de meia-idade e de excelente cepa! Um Dão inigualável!
Tudo bem!
Vem isto a propósito, de anteontem, ao assistir excepcionalmente ao jogo do Nosso Benfica através da TV - do qual dispensei os quinze minutos finais, não fosse acontecer-me algo que me obrigasse a ir de “padiola” para o hospital - ter presenciado uma exibição que não olvidarei tão depressa!
Não, não me refiro ao jogo, nem às equipas, nem aos treinadores, nem ao público. Refiro-me, isso sim, a um “relatadeiro-cumentadeiro” que passou todo o tempinho a colocar os do Mar nos “píncaros da lua” e a rebaixar, achincalhar, menosprezar e minimizar o Benfica e os seus jogadores.
Se a TV jogasse, só faltaria a este pateta enfiar o equipamento do Leixões e substituir o “Braga” ou o “Chumbinho” para ser ele a meter os golos que tão ansiosamente preconizava com irrisórias “tiradas”!
De entre estas, duas “arrancadas” de se lhe tirar o chapéu, marcaram a sua exibição, sempre pautada por um chorrilho de observações descabeladas e de àpartes anti-Benfica, que o vão definindo como mais um ao serviço de “Palermo”.
Então aí vão.
Na primeira parte, numa jogada perigosa do Benfica, Cardozo isolou-se, tendo o guarda-redes leixonense Beto chegado a tempo à bola para a defender, com o fiscal-de-linha a levantar a bandeirola tardiamente e com o “relatadeiro-cumentadeiro”, numa primeira abordagem à jogada, dizendo categoricamente que Cardozo estava fora-de-jogo com o fiscal-de-linha a assinalar devidamente a falta.
A seguir, infelizmente para o iluminado, veio a repetição, e para seu azar, Cardozo, afinal, parte de posição legal.
Comentário textual do pateta:
- “Por acaso, Cardozo até estava em jogo!”
Por acaso??? – pergunto eu.
Porquê, por acaso?
O Cardozo não costuma estar em jogo, é?
A segunda “arrancada” ocorreu já no final da transmissão, durante o “flash interview”.
Após as entrevistas a jogadores de ambas as equipas e ao ressabiado treinador dos do Mar - que pelo andar da conversa queria jogar mais outros noventa minutos para tentar empatar - assistiu-se a um compasso de espera, aguardando-se a iminente chegada de Quique Flores, treinador do Benfica.
Nesse momento, o pateta disparou extemporaneamente um comentário estúpido, desabafando “que era um desrespeito fazer esperar o “repórter-entrevistador”, visando directamente o treinador do Benfica. Disse-o irritado, enraivecido, ruminando os 2 a 1, cheio de azia, descarregando a bílis, depois de durante o jogo ter sido incansável nos elogios ao Leixões, relegando para um lugar bem secundário o Benfica, que ao quarto de hora até já estava a ganhar e a jogar inteligentemente. Dizia ele, em exaustivas repetições, que o Leixões para o campeonato da Liga ainda não tinha perdido com os três grandes, tendo inclusivamente ganho em casa dos outros dois, deixando entender “subliminarmente”, o seu ardente desejo, de o clube do Mar derrotar o Benfica no campo, e obviamente também com ele, ao microfone, debitando o seu intragável exórdio, que passou a arenga contínua durante toda a transmissão.
Saiu-lhe o “tiro pela culatra”, obrigando-o a fazer aquela triste figurinha com os (in)consequentes comentários e intervenções completamente despropositadas.
Posteriormente, após me ter recomposto das emoções intensas que este jogo me provocou, que, como já tinha referido acima, por motivos bem óbvios não o visionei até ao seu “terminus”, perguntei a quem de direito, quem era este “artista do microfone da TV”. A resposta surgiu pronta:
- Viste grande parte do jogo, não viste? O Benfica ganhou, não ganhou? Gostaste da vitória, não gostaste?
- Pois olha, tudo “o resto”… é merda!
- “O resto”? – perguntei eu.
Só depois disto, é que me disseram o nome do espécime que teve tão “brilhante actuação” na TV!
Quantas e quantas vezes, nesses momentos, me lembrei do episódio da minha juventude, que vos contei no início deste “post”!
GRÃO VASCO
P.S. – Não coloquei aqui, ontem, este “post”, porque os 105 anos do Glorioso mereciam uma atenção especial do Blogue e de Todos Nós. Foi uma merecida e sábia homenagem, aquela que o Meu Caro Amigo Lúcifer teve oportunidade de fazer com o seu “post” sentimental de parabéns ao Benfica!
Os meus votos também, de longa vida e prosperidade para Ti, Benfica, pelos tantos e tantos momentos de alegria e felicidade que me tens proporcionado!
Parabéns Glorioso Benfica!
Certo dia, convidado para um almoço de confraternização entre amigos e companheiros de escola, após a apresentação da sopa e da sua respectiva degustação, ouvi um dos presentes perguntar ao anfitrião o que era “o resto”.
“O resto”? – perguntei eu, nessa altura, para os meus botões, ignorando completamente o significado. O que é “o resto”?
Logo a seguir veio a resposta, muito naturalmente.
É “cozido à portuguesa”! – respondeu o anfitrião.
Vim a saber, nesse momento, que “o resto” poderia significar “o conduto”.
Neste caso, “o conduto” era de eleição, com as melhores carnes, enchidos e hortaliça da Beira Alta, acompanhado de um néctar bem graduado de meia-idade e de excelente cepa! Um Dão inigualável!
Tudo bem!
Vem isto a propósito, de anteontem, ao assistir excepcionalmente ao jogo do Nosso Benfica através da TV - do qual dispensei os quinze minutos finais, não fosse acontecer-me algo que me obrigasse a ir de “padiola” para o hospital - ter presenciado uma exibição que não olvidarei tão depressa!
Não, não me refiro ao jogo, nem às equipas, nem aos treinadores, nem ao público. Refiro-me, isso sim, a um “relatadeiro-cumentadeiro” que passou todo o tempinho a colocar os do Mar nos “píncaros da lua” e a rebaixar, achincalhar, menosprezar e minimizar o Benfica e os seus jogadores.
Se a TV jogasse, só faltaria a este pateta enfiar o equipamento do Leixões e substituir o “Braga” ou o “Chumbinho” para ser ele a meter os golos que tão ansiosamente preconizava com irrisórias “tiradas”!
De entre estas, duas “arrancadas” de se lhe tirar o chapéu, marcaram a sua exibição, sempre pautada por um chorrilho de observações descabeladas e de àpartes anti-Benfica, que o vão definindo como mais um ao serviço de “Palermo”.
Então aí vão.
Na primeira parte, numa jogada perigosa do Benfica, Cardozo isolou-se, tendo o guarda-redes leixonense Beto chegado a tempo à bola para a defender, com o fiscal-de-linha a levantar a bandeirola tardiamente e com o “relatadeiro-cumentadeiro”, numa primeira abordagem à jogada, dizendo categoricamente que Cardozo estava fora-de-jogo com o fiscal-de-linha a assinalar devidamente a falta.
A seguir, infelizmente para o iluminado, veio a repetição, e para seu azar, Cardozo, afinal, parte de posição legal.
Comentário textual do pateta:
- “Por acaso, Cardozo até estava em jogo!”
Por acaso??? – pergunto eu.
Porquê, por acaso?
O Cardozo não costuma estar em jogo, é?
A segunda “arrancada” ocorreu já no final da transmissão, durante o “flash interview”.
Após as entrevistas a jogadores de ambas as equipas e ao ressabiado treinador dos do Mar - que pelo andar da conversa queria jogar mais outros noventa minutos para tentar empatar - assistiu-se a um compasso de espera, aguardando-se a iminente chegada de Quique Flores, treinador do Benfica.
Nesse momento, o pateta disparou extemporaneamente um comentário estúpido, desabafando “que era um desrespeito fazer esperar o “repórter-entrevistador”, visando directamente o treinador do Benfica. Disse-o irritado, enraivecido, ruminando os 2 a 1, cheio de azia, descarregando a bílis, depois de durante o jogo ter sido incansável nos elogios ao Leixões, relegando para um lugar bem secundário o Benfica, que ao quarto de hora até já estava a ganhar e a jogar inteligentemente. Dizia ele, em exaustivas repetições, que o Leixões para o campeonato da Liga ainda não tinha perdido com os três grandes, tendo inclusivamente ganho em casa dos outros dois, deixando entender “subliminarmente”, o seu ardente desejo, de o clube do Mar derrotar o Benfica no campo, e obviamente também com ele, ao microfone, debitando o seu intragável exórdio, que passou a arenga contínua durante toda a transmissão.
Saiu-lhe o “tiro pela culatra”, obrigando-o a fazer aquela triste figurinha com os (in)consequentes comentários e intervenções completamente despropositadas.
Posteriormente, após me ter recomposto das emoções intensas que este jogo me provocou, que, como já tinha referido acima, por motivos bem óbvios não o visionei até ao seu “terminus”, perguntei a quem de direito, quem era este “artista do microfone da TV”. A resposta surgiu pronta:
- Viste grande parte do jogo, não viste? O Benfica ganhou, não ganhou? Gostaste da vitória, não gostaste?
- Pois olha, tudo “o resto”… é merda!
- “O resto”? – perguntei eu.
Só depois disto, é que me disseram o nome do espécime que teve tão “brilhante actuação” na TV!
Quantas e quantas vezes, nesses momentos, me lembrei do episódio da minha juventude, que vos contei no início deste “post”!
GRÃO VASCO
P.S. – Não coloquei aqui, ontem, este “post”, porque os 105 anos do Glorioso mereciam uma atenção especial do Blogue e de Todos Nós. Foi uma merecida e sábia homenagem, aquela que o Meu Caro Amigo Lúcifer teve oportunidade de fazer com o seu “post” sentimental de parabéns ao Benfica!
Os meus votos também, de longa vida e prosperidade para Ti, Benfica, pelos tantos e tantos momentos de alegria e felicidade que me tens proporcionado!
Parabéns Glorioso Benfica!