Andam de novo numa azáfama trepidante do simulacro, os mestres do disfarce, apóstolos devotados da doutrina mentideira do papa jurador. O momento é de solene e angustiante afligimento e nada melhor do que albardar a máscara bem albardada.
Há feiticeiros da história futebolística portuguesa que são uns asnos ignaros da realidade plasmada na vivência do quotidiano futebolístico nacional. Encomendados pela justiça divina de um papa acossado e já condenado pela justiça desportiva terrena de tentativa de corrupção, nem assim a asnidade lhes ilumina o espírito da verdade.
As juras também só são necessárias aos mentideiros de compulsão!
Em primeiro lugar, há que realçar duas verdades da história desportiva portuguesa:
v O Futebol Clube do Porto foi o primeiro clube do futebol português, dos chamados grandes, a ser condenado por corrupção desportiva tentada;
v Pinto da Costa, o papa regional, foi o primeiro e único Presidente de um clube de futebol dos chamados grandes a ser condenado pela mesma justiça, por tentar falsear a verdade desportiva.
No momento em que o apelo à justiça divina e às juras e perjuras é a única argumentação de defesa do papa da mentira – e mentira pespegada ao próprio Papa, o verdadeiro, que o mentireiro-mor não se coíbe perante ninguém – tentam os feiticeiros da asnice trazer à liça um ilusório caso sublimatório das tramóias – ou apenas tentativas, se gostarmos dos eufemismos pictóricos – que já foram condenadas e cujas penas poderão em breve – é esse o medo que tanto os faz agitar – ser agravadas pela justiça criminal.
Porém, se bem anotarmos nos factos, mesmo nos factos que esses feiticeiros levam à impressão do jornal do sistema, ou livro de encomenda, espremidos, pouco sumo se aproveita. E o que se aproveita talvez não seja tão favorável a quem dele se tenta aproveitar, no denominado aforismo do tapar o sol com a peneira.
Concordemos com o facto de uma equipa – no caso, o Benfica – não ter subido ao relvado mesmo à hora aprazada e que, por isso, o jogo começasse com algum atraso. Naquela altura não havia envelopes, cafezinhos com árbitros e conselheiros familiares de prevenção, pelo que estava escrito deverem todos os jogos começar à mesma hora, mais coisa menos coisa. É que à falta de chicha – que o papa ordenou se mascarasse de fruta – e de cash em envelope para cá e para lá, não havia equipas na frente afastadas em termos de pontuação.
Nestes tempos de agora, vai para um quarto de século, a coisa mudou. Mudou por via dos envelopes, cafezinhos, aconselhamentos familiares, mas ainda por quinhentinhos, viagens de férias, fruta em abundância, conselhos e avisos altruístas.
Tornaram-se escandalosos os domínios arbitrais – todos se lembram de que o lugar de presidente dos árbitros passou a ter dono cativo – equipas emprestadas, anúncios de compras de jogadores antes de jogos em que os potenciais candidatos à compra vão jogar contra a equipa do potencial comprador, epidemias de jogadores lesionados em iguais circunstâncias, enfim, jogadores submissos e a precisarem de pão por causa dos salários em atraso e que depois, desgraçados, acabam por ver umas migalhas, quando vêem.
Os jogos entre os da frente já não têm de começar todos à mesma hora, naturalmente! O campeonato já se ganhou nas vésperas, como o prometido e desejado, por causa da oratória à justiça divina!
Como escrevem os feiticeiros da babosice – e voltando ao tema central – o Benfica ganhava por 7-1 e o FCP por 2-0, sendo aquele, face aos dois resultados que se verificavam nesse momento, o virtual campeão.
Então, já nos descontos, o FCP faz 3-0 e o virtual campeão troca de poiso.
Na Luz, acrescentam os mesmos feiticeiros, faltam oito minutos para acabar o jogo, a que se somam mais quatro de descontos. Tudo somado, e partindo da hipótese de que o jogo do FCP terminara logo a seguir ao 3-0 – o que corresponde mais ou menos à verdade, mas apenas porque esse 3-0 foi conseguido já nos descontos e não em cima do minuto 90, como afirmam – concedamos, para facilitar o raciocínio, que houve mais 12 (doze!) minutos de jogo no Estádio da Luz.
E bastava um simples golito!... Afinal, tão pouco para quem apregoa rasteiramente que o árbitro era ajudante!...
Em 12 (doze, repete-se) longos minutos há tanto tempo de fazer um favorzinho!...
Por exemplo, como aquele que o jogador do Nacional da Madeira fez, em cima do minuto 90 – para usar a expressão do disparate – ao resolver jogar a bola com as mãos, esquecendo-se dos pés ou, então, já nem sabendo se a cabeça ficava em cima dos ombros ou abaixo dos joelhos! Só não se sabe o que o teria levado a tamanha confusão! Se houve ou não envelope – para ganhar o jogo, claro, vade rectro más línguas!!! – só a justiça divina o saberá!
Ou então, como aquele golo do FCP contra o Rio Ave, a 4 minutos dos 90, com o marcador do golo empoleirado no costado do seu adversário!
Ou como aquele golo do Jardel, a 4 minutos do fim, de penaltie, quando o Sporting perdia por 2-0 e o tal de Mário resolveu dar um salto acrobático para a piscina! Um favorzinho e peras concedido pelo árbitro, que tirou o Benfica do primeiro lugar do campeonato, lá manteve o Sporting e fez dele campeão!
Que pena não estar lá nessa altura um tal de Rogério Alves para fazer com que o Sporting desistisse do campeonato!
Que mistério teria impedido Calabote de dar uma ajudinha?!!! Mais penaltie menos penaltie, que diferença fazia?!!!
Se ele estava feito, como tanto repisam os feiticeiros da asneira, por que não completou a obra que grande parte dos árbitros, de há um quarto de século para cá, não tem pejo nenhum em completar?!!!
E quer se trate de jogos do FCP, favorecendo-o à descarada, quer de jogos do Benfica, prejudicando-o sem nenhum despudor?!!!
Aliás, não foi para ver a obra que se convidaram árbitros para casa do respectivo engenheiro?!
Mas Calabote, que os mentecaptos da história desenterram para se justificar, silenciar e acoutar as tentativas – com eufemismo – da batotice desportiva do papa da mentira e da jura, não concedeu nenhum arranjinho, nadinha de nada!!!...
Em doze longos minutos!!!...
Mesmo assim, o malandreco foi condenado! Teve a fama e depois espetaram-lhe com o proveito em cima! Sem envelope e sem chicha, o anjinho. Nem sequer soube jurar e apelar à tal de justiça divina!
Calabote foi irradiado porque, contra a mentira néscia e desculpabilizante das habilidades históricas contemporâneas, já naqueles longínquos tempos o Benfica era, como sempre foi, dominado pelo sistema dos poderes futebolísticos do burgo. O que lhe valia era a raça, o querer, a vontade férrea, a competência e o saber dos seus jogadores, dirigentes e adeptos.
O “Inferno da Luz” vem dessas alturas, não é de agora!
Quem se não lembra de terem obrigado o Benfica a jogar a segunda mão da Taça de Portugal, em Setúbal contra o Vitória, no dia seguinte à conquista da primeira Taça dos Clubes Campeões Europeus?
Quem não se lembra de que esse jogo foi jogado, com muitos juniores e reservistas, no momento em que os briosos e corajosos jogadores do Benfica voavam da Suíça para Portugal com o troféu de clubes mais importante da época, que só um Real Madrid recheado das estrelas mais cintilantes de então havia conquistado antes, e por cinco vezes?
Nesses tempos de negra ditadura
Não se lembram, precisamente os feiticeiros da asnice histórica! Não foi esse o auto de fé que juraram perante o seu papa!
Fizessem isso ao papa condenado na Terra – no céu tem a justiça divina – o papa que estes feiticeiros da mistificação histórica tanto veneram, católica e apostolicamente, mesmo perante o Papa, o verdadeiro! É que o Papa, o verdadeiro, não é o seu papa … e vai de fazer ouvidos moucos à mentira que pespegada foi naquele, o verdadeiro!
Face a esta mentira deslavada e camuflada, fica-se com uma dúvida.
Afinal, por que filha jurou o papa? Pela Carolina Salgado, sua dilecta filha perante o Papa, o verdadeiro?
Se foi, estás desgraçada, Carolina Salgado!
Ou talvez não! A justiça divina do papa cá do burgo, farta de tanta jura e perjura, já não lhe liga nenhuma!...
Com a determinação ditatorial dos já então ditadores do sistema, o que se pretendeu e conseguiu, obrigando o Benfica a jogar nas condições em que o obrigou, foi apenas e só afastá-lo, eliminá-lo da Taça de Portugal por meios ínvios – já desses tempos bem conhecidos de tal gente, condenado e satélite – e impedi-lo de discutir e, muito provavelmente, ganhar mais uma Taça de Portugal!
Já nesses tempos longínquos, prejudicar o Benfica era o que se esperava desse poder mentiroso e mesquinho!
Beneficiá-lo, ainda que só em sonho delirante das mentes que dominavam o governo dos futebóis, era coisa que só a esconjuração eterna poderia erradicar e punir adequadamente.
Calabote foi um caso histórico sem história, apenas e só porque os imaginosos e quiméricos benefícios que supostamente teria prestado não foram em benefício de FCP ou Sporting!
E é com estes factos que os feiticeiros da asnice histórica pretendem seduzir os pacóvios!
Se conseguirem seduzir-se a eles próprios, tão quiméricos são os esquemas de tramóia com que tentam ludibriar a realidade histórica, já não é nada mau!
PS: Constatamos, sem surpresa que a lição do Dragão tem sido bem aprendida no Lumiar. Como primeiro satélite, tinha que pegar por estas bandas a moda das ameaças de morte.
Palermo já não fica situado só a norte!
Palermo também já tem filial pelas bandas do Lumiar!