“Palermo”, meados da década de setenta do século passado.
Naquela cave lúgubre e bafienta de uma mercearia provinciana, três “pintos” e um “cartola” conspiravam.
Entre “puxadas” de ases e biscas e um “chito” iminente, “cartola”, com as suas dicas, ia mostrando aos outros comparsas, como é que através de uma guerrilha trapaceira e traiçoeira, repleta de mentiras e torpes insinuações se preparava um assalto ao poder – primeiro na própria agremiação e depois nas instituições tutelares.
A “sueca” era o pretexto para que o “pinto voz de falsete” – o “pinto” das associações – fosse decorando cada vez melhor a “cartilha”. O “pinto” da mercearia, o Idílio, era na altura, um “verbo-de-encher”. “Giorgio”, o outro pinto, aquele que viria a ser o detentor absoluto do poder, muito a custo tolerava-o.
Foi um lugar único. Para lá dos sacos de feijão e de arroz, dos pacotes de farinha, dos caixotes com hortaliça e dos fardos de bacalhau, aí germinaram as primeiras sementes do ódio.
“Cartola”, mestre das manigâncias, agarrou em mais um punhado delas e lançou-as à terra, conspurcando-a.
“Giorgio”, nessa altura, ainda contido nas suas fétidas descargas, com a ajuda dos outros “pintos”, foi fertilizando esses campos de ervas daninhas.
O império corrupto começava a ganhar forma. Depois foi uma questão de tempo. Entretanto, entre o laxismo, o desinteresse e o “crash” financeiro a sul, outros “pintos”, oportunos, chegaram em catadupa e “cartola” já não o fazia por menos – “assino o contrato, mas quero uma verba igual para os árbitros!”.
Não havia cá “funfuns nem funfetas”. É assim e é se querem.
Finalmente os alvos estavam escolhidos – o Benfica era o Grande Satã e Lisboa a Mãe de todos os males. As associações e os árbitros estavam no papo. A coacção, as mascambilhas e o mêdo começaram a ditar lei, o submundo de “Palermo” e toda aquela escória “contumiliana” vieram à tona, tal qual como uma chusma de cagalhões a boiar, juntamente com a corrupção e a chantagem, e deu-se início aos verdadeiros “roubos de igreja”. Mesmo a própria “Catedral” não foi poupada. Aproveitando-se da boa-fé e da incúria de um analfabeto na presidência do Glorioso, “Giorgio”, intitulando-se “grande amigo”, vinha com a sua pandilha directamente de “Palermo” roubá-la. Mesmo nas barbas desse industrial hoteleiro que lamentavelmente ainda hoje lhe dá guarida. Um desaforo que já vai em trinta e tal anos.
Vem esta estória a propósito de uma recente efeméride, evocativa do “cartola”. Fomentada por um grupo de “zés pereiras” a soldo de “Palermo”, resolveram pegar nos seus “sindicalizados” bombos e toca a rufar, chamando-o novamente à terra.
Nada melhor, que num momento conturbado e de imprevisível desfecho para o grémio corrupto, em que a corja corrupta e “Giorgio” não vêem “luz” ao fundo do “túnel”, apelar aos fantasmas do passado, para germinarem mais sementes de ódio.
Todos sabemos quem foi o “cartola”. Sòmente alguns, poucos, andrades corruptos alienados o têm como ícone. Para os mais novos aqui fica - foi o maior veneno da bola à face da terra. Não deixou saudades a ninguém. O velho Mário, “capitão” brioso e vermelho de coração, ou parte importante da própria família que o digam. Até “Giorgio” o apagou do mapa político da sua agremiação. Durante um quarto de século foi consciente e ostensivamente votado a um premeditado ostracismo, não fosse ele da sua tumba, baralhar, por qualquer motivo, as mentes ignaras dos prosélitos do caudilho corrupto.
A cantilena do declamador de pacotilha está gasta. Este foi mais um revivalismo por conveniência. Carol chupou-o até ao tutano e a outra se encarregará do resto. Agora, faz dedicatórias ridículas e patéticas a fantasmas do passado. Só lhe falta, hipòcritamente, fazer mais uma peregrinação à santa, pôr lá mais umas velinhas e invocar o “pinto das associações”, o “telles brôxo” e o “antónio murais”, com o “hernâni gargalhadas” e os seus amigos “paineleiros” a segurarem no pálio.
Cambada!...
GRÃO VASCO
Naquela cave lúgubre e bafienta de uma mercearia provinciana, três “pintos” e um “cartola” conspiravam.
Entre “puxadas” de ases e biscas e um “chito” iminente, “cartola”, com as suas dicas, ia mostrando aos outros comparsas, como é que através de uma guerrilha trapaceira e traiçoeira, repleta de mentiras e torpes insinuações se preparava um assalto ao poder – primeiro na própria agremiação e depois nas instituições tutelares.
A “sueca” era o pretexto para que o “pinto voz de falsete” – o “pinto” das associações – fosse decorando cada vez melhor a “cartilha”. O “pinto” da mercearia, o Idílio, era na altura, um “verbo-de-encher”. “Giorgio”, o outro pinto, aquele que viria a ser o detentor absoluto do poder, muito a custo tolerava-o.
Foi um lugar único. Para lá dos sacos de feijão e de arroz, dos pacotes de farinha, dos caixotes com hortaliça e dos fardos de bacalhau, aí germinaram as primeiras sementes do ódio.
“Cartola”, mestre das manigâncias, agarrou em mais um punhado delas e lançou-as à terra, conspurcando-a.
“Giorgio”, nessa altura, ainda contido nas suas fétidas descargas, com a ajuda dos outros “pintos”, foi fertilizando esses campos de ervas daninhas.
O império corrupto começava a ganhar forma. Depois foi uma questão de tempo. Entretanto, entre o laxismo, o desinteresse e o “crash” financeiro a sul, outros “pintos”, oportunos, chegaram em catadupa e “cartola” já não o fazia por menos – “assino o contrato, mas quero uma verba igual para os árbitros!”.
Não havia cá “funfuns nem funfetas”. É assim e é se querem.
Finalmente os alvos estavam escolhidos – o Benfica era o Grande Satã e Lisboa a Mãe de todos os males. As associações e os árbitros estavam no papo. A coacção, as mascambilhas e o mêdo começaram a ditar lei, o submundo de “Palermo” e toda aquela escória “contumiliana” vieram à tona, tal qual como uma chusma de cagalhões a boiar, juntamente com a corrupção e a chantagem, e deu-se início aos verdadeiros “roubos de igreja”. Mesmo a própria “Catedral” não foi poupada. Aproveitando-se da boa-fé e da incúria de um analfabeto na presidência do Glorioso, “Giorgio”, intitulando-se “grande amigo”, vinha com a sua pandilha directamente de “Palermo” roubá-la. Mesmo nas barbas desse industrial hoteleiro que lamentavelmente ainda hoje lhe dá guarida. Um desaforo que já vai em trinta e tal anos.
Vem esta estória a propósito de uma recente efeméride, evocativa do “cartola”. Fomentada por um grupo de “zés pereiras” a soldo de “Palermo”, resolveram pegar nos seus “sindicalizados” bombos e toca a rufar, chamando-o novamente à terra.
Nada melhor, que num momento conturbado e de imprevisível desfecho para o grémio corrupto, em que a corja corrupta e “Giorgio” não vêem “luz” ao fundo do “túnel”, apelar aos fantasmas do passado, para germinarem mais sementes de ódio.
Todos sabemos quem foi o “cartola”. Sòmente alguns, poucos, andrades corruptos alienados o têm como ícone. Para os mais novos aqui fica - foi o maior veneno da bola à face da terra. Não deixou saudades a ninguém. O velho Mário, “capitão” brioso e vermelho de coração, ou parte importante da própria família que o digam. Até “Giorgio” o apagou do mapa político da sua agremiação. Durante um quarto de século foi consciente e ostensivamente votado a um premeditado ostracismo, não fosse ele da sua tumba, baralhar, por qualquer motivo, as mentes ignaras dos prosélitos do caudilho corrupto.
A cantilena do declamador de pacotilha está gasta. Este foi mais um revivalismo por conveniência. Carol chupou-o até ao tutano e a outra se encarregará do resto. Agora, faz dedicatórias ridículas e patéticas a fantasmas do passado. Só lhe falta, hipòcritamente, fazer mais uma peregrinação à santa, pôr lá mais umas velinhas e invocar o “pinto das associações”, o “telles brôxo” e o “antónio murais”, com o “hernâni gargalhadas” e os seus amigos “paineleiros” a segurarem no pálio.
Cambada!...
GRÃO VASCO