quarta-feira, junho 17

NOTAS SOLTAS

As eleições no Benfica

Pronunciei-me há uns meses sobre as eleições do Benfica apenas para mencionar que, na minha opinião, era extremamente prematuro começar já em campanha ou pré-campanha eleitoral relativamente a um acto que, o mais natural, era realizar-se somente daí a cerca de sete, oito meses. Por outro lado, a equipa de futebol lutava por conseguir a melhor classificação possível, incluindo o primeiro lugar da classificação do qual, na altura, não estava a mais de quatro pontos.
Já se anunciava então um candidato a candidato que dava início a uma espécie de campanha eleitoral do mal dizer. Não tardou muito, apareceu um dito movimento etéreo, imaterial e sem rosto, ou de rosto na sombra, reflectido por um mandatário, presume-se, que mais não parecia ser do que um peão apenas destinado a transmitir um sinal da sua existência e intenção.

O anunciado candidato a candidato que, ao que parece, também se encontra nas nuvens e daí se quer anunciar candidato, disse querer eleições antecipadas. Para lá de um bolsar, mais do que chorrilhos ofensivos, uns ditotes completamente à revelia do bom gosto, nada mais disse de substancial e, por isso, pouco ou nenhuma atenção merecia.
O movimento etéreo arregimentou especialmente um grupo de, digamos, jornais e respectivos jornalistas, comentadores e opinadores, os quais começaram por dar o corpo ao manifesto, emprestar o rosto aos sem rosto e, através da escrevinhadura de palpiteiros de profissão, partiram para a maledicência, vilipendiando e ofendendo.
Os restantes meios de comunicação social, famintos e esquálidos também, aproveitam a boleia, sôfregos do pedacinho calmante das suas azias estomacais, disputam-se, esgadanham-se e amplificam com a brutalidade costumeira, atacando e insultando o Benfica e tudo quanto é Benfica.

Qualquer administração conscienciosa dos seus deveres tinha de perceber que a chinfrineira dos despeitados internos, calados perante as indignidades que em tempos não muito idos foram cometidas, ou amigos do papagueio sem mais nada ter criado, acolitados na amplificação pelos esfomeados e serventuários do poder desportivo corrupto e já em parte metaforicamente condenado, tal chinfrineira, dizia, só podia prejudicar e muitíssimo a preparação e o arranque da época futebolística que se avizinhava.
Os corpos sociais do Benfica fizeram o que tinham a fazer, demitiram-se e provocaram eleições no tempo certo. Um acto não apenas inteiramente democrático mas também totalmente pragmático, oportuno e tempestivo.
Naturalmente, o acto de gestão democrática, oportuna e eficiente desagradou ao movimento sem rosto porque o obrigou a mostrar rosto próprio e não rosto de aluguer.
E não tem rosto! …
Todavia, não foi uma constatação que nos surpreendesse! Já desconfiávamos que esse movimento só contava com alguns figurantes, pelo que não foi nenhuma desilusão. Mas lamentamos, lamentamos pelo Benfica. É que qualquer Benfiquista que queira abraçar a missão de o servir, tem de estar preparado todos os dias, todas as horas, minutos e segundos. E o movimento sem rosto só estava preparado, ao que parece, para a maledicência despeitada.
O Benfica, como clube expoente da democracia que é a sua essência desde a sua génese, merece que apareçam Benfiquistas ilustres, dignos, dispostos a servir, de modo que possam concorrer à eleição para a nobre missão de o engrandecer cada vez mais. E existem muitíssimos Benfiquistas com todos estes predicados.
Agora movimentos sem rosto, encomendados, travestidos em rostos de aluguer, despeitados, isso seria um insulto se poder tivessem para tanto.

A Imensa Grandeza do Benfica

Muitos Benfiquistas, sabendo e comungando da Imensa Grandeza do Glorioso Benfica, ficam muitas vezes indolentemente esquecidos dessa Enorme Grandeza. Nada de grave. De facto, essa Enorme Grandeza é constantemente recordada aos Benfiquistas pelos próprios dirigentes, sócios e adeptos de outros clubes, alguns deles ainda se apelidando de grandes num manifesto exagero da sua pequenez no cotejo com o Glorioso. Vejamos alguns exemplos recentes.

Disputou-se há pouco uma final da Taça de Portugal. O dirigente máximo de um certo clube, aquele e este já condenados por corrupção desportiva tentada, em vez de festejar o facto de estar na final e na eminência de conquistar mais uma Taça, prefere falar do Benfica. É certo que aos Benfiquistas até tal facto se tornaria em mais um elogio, não fosse vir da boca suja de um condenado por batotice desportiva. Um elogio tanto por relembrar quão Grande é o Glorioso, que merece todas as atenções, como pelo desejo manifestado por alguém que, pese embora ser um condenado, desejava jogar num Estádio de futebol a sério e não no seu covil de túneis da batotice, da murraça, da pontapeada e da paulitada. Percebe-se que esse alguém, apesar de ser um condenado, estivesse ainda contente por não ter de disputar a final contra o Glorioso Benfica, pois é bem sabido que não tem boas recordações desse facto, nem de quando, usando de todo o seu poder batoteiro, conseguiu disputar uma no seu covil.
Os ditos adeptos desse clube condenado, em vez de festejarem as suas vitórias e a sua equipa, com quem é que se preocupam nos seus cânticos? Com o Benfica e com os Benfiquistas. Para além de ser novamente um elogio o reconhecimento da Grandeza do Maior, é ainda um expressar de luz dos seus subconscientes, reconhecendo involuntariamente que as suas vitórias são fruto da batotice do seu papa.

Mas os dirigentes e adeptos do seu satélite de estimação não lhes ficam atrás. De quem é que eles se lembraram na hora de festejar a sua vitória eleitoral? Do Maior, do Enorme, do Glorioso. Por isso, enquanto ululavam e ganiam saltitantes, lá iam entoando que, quem não ululasse e saltitasse como eles, era lampião.
Mais um elogio aos Glorioso. É no Glorioso que eles pensam, não no clube deles, se é que ainda é deles.
Só os Grandes, os Enormes é que atraem, só deles é que se fala!
Quando os sportinguistas, depois do 12-1 dos alemães, partiram para a borrada das paredes das suas casotas tipo Alcochete, o que escreveram acerca de Paulo Bento? Que ele era um lampião do c… Muitos noticiaram que tinham insultado Paulo Bento.
Estúpidos noticiadores. Chamar lampião do c… é um dos maiores elogios que se pode fazer a alguém!