sexta-feira, fevereiro 19

TROPICOURT

“ Os nossos concorrentes passaram em poucos anos, de gastos de 25 para 50 milhões. Mesmo aqueles que não conseguiram ficar à nossa frente, foram capazes de criar um entusiasmo que proporcionou uma equipa mais competitiva”. – JEB
Uma declaração tropicalíssima, eivada de anti-Benfiquismo primário.

Senão vejamos.
A palavra “aqueles” é enganadora. Na verdade, é um nome próprio, no singular. É o Benfica. O Benfica que tanto o incomoda. O Benfica das suas insónias. Lamentàvelmente.
E lamentável, é também o modo como se refere ao crescimento, ao sucesso desportivo e financeiro do Glorioso.
Diz o “iluminado" que foi o “entusiasmo” criado por “aqueles”. Como se a competência, o talento, a inteligência, a capacidade de trabalho, a sagacidade, o espírito de sacrifício fossem reduzidos ao entusiasmo. Tudo isso é que gerou esse “entusiasmo”, o que é bem diferente.
Tal como o primarismo do seu reles anti-Benfiquismo, bem patente nestas suas declarações, a fraca inteligência emocional e um déficite comunicacional confrangedor, constituem o seu perfil de liderança. Mas quando este perfil de liderança assenta em poderosos argumentos pessoais económico-financeiros, todas as alarvidades e barbaridades são possíveis, permitidas ou toleradas.
Como é possível, um indivíduo, ex-administrador da banca, destacado (ou empurrado?) para presidente remunerado de uma colectividade desportiva, prestar-se a este tipo de grosseiras análises?
Mas a grosseria não se ficou pelas declarações caliméricas sobre o crescimento financeiro da concorrência.
A sua conferência de imprensa, num cenário tosco e improvisado, na pomposa e pretensiosa dita academia dos calhaus, foi paupérrima e penosa.
Os seus desejos limitaram-se a um modelo de gestão igual ao do grémio condenado por corrupção, à vitória do clube do trolha no campeonato da Liga e à luta pelo 4º lugar nessa mesma competição.
Uma visão redutora, em tudo igual à mentalidade da maioria dos seus prosélitos, e um espelho da realidade sombria que inunda o grémio submisso, sempre, sempre, com as baterias assestadas para o Glorioso.
Tanta baboseira, tanta fanfarronada! Conversa fiada é que não tem faltado para manter na ilusão os seus correligionários.
No entanto, no que às finanças diz respeito, dá o dito por não dito, salientando que o modelo do Benfica é para seguir ou copiar, depois de ter desdenhado dele na CS, de uma forma ordinária.
Uma mísera postura. Mas para esta raça leonina, que pouco tem de leonino, é mais cambalhota, menos cambalhota. É mais macacada, menos macacada. É mais carvalhada menos carvalhada. Ao grémio dos viscondes falidos bastou um mês para que a queda livre fosse rápida e brutal. Um mês durante o qual os tagarelas do costume – os notáveis e os simpsons – alimentaram o impossível.
“As escolhas do novo director, do novo técnico e as aquisições foram as melhores”, loas e mais loas, e num ápice, o descalabro – fora do Campeonato da Liga, a lutar sôfregamente por um lugar na Europa, fora da Taça de Portugal e fora da Taça da Liga.
O pacto secreto firmado com o grémio corrupto, no pérfido consulado dum Roquette cinzento e perigoso, tem-lhes trazido a desgraça – a famigerada “maldição de Palermo”.
Com uma absurda cegueira anti-Benfiquista, ainda não enxergaram que hoje, e desde há muitos anos, quase há trinta, estão relegados para um lugar secundário e humilhante. Um lugar que lhes foi servido, friamente, pelo "estratega das bufas".
Progresso, Portimonense, Salgueiros, Boavista, Guimarães e tantos e tantos têm sofrido na pele e têm sido cabais exemplos da voracidade corrupta do grémio de Palermo. O grémio lagarto, muito embora com as suas tradições e o seu nome implantados por todo o país, está a seguir esse trilho desgraçado, perdendo influência, minguando cada vez mais, especialmente no Norte do país.
A CS amiga e verde ferrenha, de uma forma vergonhosa e cúmplice, tem amenizado os sucessivos trambolhões. Com um discurso suave e branqueador, “virou o disco” e apontou anedòticamente para o “futuro”, para a planificação da próxima época, esquecendo que o Çeportén ainda terá que lutar pelo 4º lugar, ou mesmo pela Intertoto e sanear as suas contas.
Muitos dos notáveis, mediáticos e paineleiros lagartinóides, cuja postura prioritária tem sido sempre a de achincalhar o Benfica, têm bebido do seu próprio veneno. Para esses, não há, nem haverá perdão – reduzi-los à sua insignificância e vulgaridade de meros saltaricos a agitarem maracas e a gritarem que “quem não salta é lampião”. Chega!
Palitos e maracas conjugam-se, numa simbiose perfeita. Uma elite recheada de carroceiros, calimeros, garçones, incendiários, vingativos e submissos. A maior parte deles, bem de vida. Mas todos, anti-Benfiquistas primários. Uma autêntica seita do período pré-histórico de Neanderthal.
Não poderá haver, nunca, contemplações para esta trupe.
O Çeportén é actualmente a imagem do seu fraco líder. Na realidade, de líder terá muitíssimo pouco. Criou uma imagem medíocre. À auto-demissão imprevista de um “Bento forever”, contrapôs que “não se sentia corno”. Reagindo azedamente à revolta dos adeptos, destrambelha-se, “tenta tirar desforço” e responde mal aos contestatários. Avança com aquisições em cima do joelho, fazendo um autêntico milagre das rosas quando tempos antes não havia guito para ninguém. Em vez de um gestor competente para o futebol, contrata um pugilista com um curriculum invejável, que não perdendo o hábito, exercitou-o no balneário logo que pôde, encostando às cordas o etíope. Para culminar esta série de superiores actos de gestão, nada como uns banhocas tropicais de ocasião para relaxar e meditar, quando em Portugau a situação era crítica e melindrosa.
E o que meditou! Veio dos trópicos, e nada melhor que um discurso moldado ao momento. Para além do já referido, mais uma facada nos ultras“o Çeportén não é uma organização vencedora”.
Organização? Hum……cheira-me a “Palermo”…
Começa a funcionar o tal modelo presidencialista. Mas começa mal.
E, para fim de festa, as alusões baixas e depreciativas ao seu alvo permanente – o Glorioso Benfica – são outra das suas facetas mais marcantes e decepcionantes.
Foi o Benfica que o deixou “pùblicamente de mão no ar… perante…perante os funcionários"?
Foi o Benfica que o tratou abaixo de cão?
Foi o Benfica que o achincalhou e gozou ao tratá-lo por “e o gajo…o…o cabelo branco”?
Os seus conselheiros dão-lhe corda anti-Benfiquista, “à garçone”, e ele canta, salta, dança com ou sem maracas, mergulhado na sua triste ilusão. Depois, é o que se vê. Após um valente rodízio à brasileira, lá veio a ementa indigesta de doze batatas, cinco derrotas e dois cabazes de goleadas perante a qual andou de rodízio outra vez.
Aparentemente, alfinetar o Benfica, mata a fome à turba lagartinóide, e a sede, a vesgos como o Eduardo Maus-Fígados e outros paineleiros submissos. Mas não chega!
Paradoxalmente, o grémio condenado arreia-lhes forte e feio e eles amocham feitos gatos amestrados. E o mais incrível é que gostam…

GRÃO VASCO