terça-feira, dezembro 8

El Mano, "El Matador"

Já em tempos aqui dediquei a El Mano uma crónica pelas suas brilhantes faenas. Ontem, na arena do Bonfim só lhe faltou envergar o “traje de luces” verde-esmeralda de bichano ao peito. Dois “capotazos” e uma estocada monumental ao cair do pano. Por incrível que pareça, mas às vezes também acontece, os papéis inverteram-se – um boi corneou, e de que maneira, onze destrambelhados, enquanto a “afición” dos “viscondes” de Alcochete sorria “à carvalhada”, brindando a uma vitória ilusória e trapaceira, mas que já os vai levando ao colo, para não dizer “em ombros”.
Podíamos estar a falar de um acontecimento tauromáquico, mas não. O que aconteceu foi um jogo de futebol completamente adulterado por um incompetente que já por mais que uma vez pisou o risco. Desta vez passou dos limites da decência!

Quando aqueles onze “chocarreiros”, pretos e brancos, gordos e anões, armários e aparadores, de riscado vertical verde e branco, orientados por um Manel barrigudo e ensarilhado nos seus contraditórios amores, se deixaram do total destrambelho inicial e tomaram consciência de que estavam a jogar futebol de competição, apareceu para azar deles e como que por encanto, El Mano, o grande matador, o “diestro” da ilha.
Duas apitadelas bem esgalhadas no espaço de um minuto e já está!
Já foram!
A farsa daquele que já esteve “Mo(u)rtinho” por sair, ficou sem castigo, os chocos com menos um no cardume e a “pesca” da escumalha submissa nas águas de Setúbal quase garantida.
Nada que me tivesse admirado.
Há muito que El Mano, no seu biscate de bananeiro nas horas vagas, as colhe verdes e bem verdes. Desde uma antipatia notória pelo Glorioso até às supremas habilidades em jogos do seu clube continental de coração, sempre soube o caminho que pisou e pisa na arbitragem nacional.
Não é de ânimo leve que vemos muitos apitadeiros da Pérola do Atlântico a subirem ao principal escalão do apito. Eles também autênticas pérolas, ou não me lembrasse eu, da escandalosa actuação de Marco Ferreira na Luz – uma descarada roubalheira na época passada - em que prejudicou gravemente o Benfica. Caso fosse preciso uma prova de fidelidade e vassalagem sua ao sinistro “sistema” implantado pela corja corrupta há trinta anos, ela foi bem patente nesse seu vergonhoso concerto de apito.
Nesse dia, Marco justificou à saciedade a sua promoção.
Ou também não estivessem António Henriques & Cª promìscuamente ligados às classificações, promoções e nomeações de árbitros anos e anos a fio, com mascambilhas sucessivas denunciadas através das escutas telefónicas no processo Apito Dourado e que irrefutàvelmente enterram esta gentalha até às orelhas.

Mas voltando ao triste espectáculo de ontem, a cereja no topo deste bolo pôdre “confeccionado” por El Mano, surgiu, quando num arremedo forçado, os “chocarreiros” tentavam o derradeiro assalto à baliza de Franguício, na tentativa desesperada de não perderem.
El Mano, nesses momentos finais brilhou como nunca!
Baralhou quase tudo e todos.
Só não baralhou quem tem estado atento às suas subtis acrobacias.
Habituado aos panoramas vertiginosos da fajã do Cabo Girão e dos desfiladeiros do Curral das Freiras, El Mano ensaia um bungee jumping que lhe permite uma visão de “estica e encolhe” do relvado – a bola sai do relvado e continua jogável, mesmo que antes tenha sido assinalado pelo auxiliar um fora-de-jogo!
Nem livre, nem pontapé de baliza, e o etíope ronhento não se fez rogado – meteu o golo mais trapaceiro da sua carreira e El Mano acabou por dar o golpe de misericórdia num bando de aselhas moribundos em mais um miserável jogo de futebol completamente acarvalhado.
Já agora, saiam uns pastelinhos de Belém com sorrisos à car(v)alhal, mais uns kara(lh)okes pimba com palitos aferreirados para a mesa do canto, faxa bôr.

GRÃO VASCO