domingo, maio 24

As tontices do professor Jesualdo e as preces do speaker do Restelo


1. Se eu fosse o João Jardim diria que o professor Jesualdo tinha dito mais uma tontice e que ele não sabe fazer outra coisa sempre que lhe põem um microfone a jeito. Afirmou o professor que quem tinha equipa para reorganizar era o FC Porto, não o Benfica, pois apenas ficara com 4 jogadores da época anterior.

Esquece o professor Jesualdo, mas não a maioria dos amantes do futebol, que tem a sua melhor equipa sempre formada, organizada e bem entrosada já há décadas, sempre os mesmos ou parecidos e os melhores jogadores que ele pode ter e tem em campo, naquele onde joga e naquele onde joga o Benfica.

Para além dos seus 11 jogadores, acrescidos bastas vezes dos favores da catrefa dos jogadores emprestados, tem mais os três árbitros que tudo fazem para que o seu clube ganhe, mesmo quando joga pessimamente. E, quando não ganha, não foi por falta de esforço destes dedicados jogadores.

Tem, além disso, 11 jogadores que jogam contra o Benfica, acrescidos dos seus 3 jogadores-árbitros, os melhores deles todos, que tudo fazem, e conseguem, para que o Benfica perca, ganhando o seu clube, como é evidente.

Por isso, o professor Jesualdo é aquele que tem há já dezenas de anos sempre a maior, a melhor e a mais decisiva equipa de “jogadores”, bem entrosada, bem adestrada e bem domesticada, dando a pele em campo para ter direito à fruta, ao envelope e ao cafezinho, tudo bem embrulhadinho num conselho familiar.


2. Escreveu há dias Leonor Pinhão mais ou menos a ideia de que o jogo do Dragão foi o da viragem e que Pedro Proença foi o homem do campeonato.

Pese todo o respeito que me merece uma Benfiquista de tal quilate, não concordo. Para mim, o campeonato decidiu-se nas últimas jornadas da 1ª volta. Mais concretamente, nos golos anulados nos jogos contra o Setúbal e contra o Nacional, bem como nos penalties por marcar no jogo contra o Belenenses. Foram seis pontos tirados ao Benfica, numa altura em que o FC Porto estava ainda grogue pelas derrotas consecutivas, e que impediram que o Glorioso disparasse na classificação geral. Com o Benfica bem distante, o moral e a confiança dos jogadores do clube corrupto condenado dificilmente se restabeleciam. E, depois, era ver os próprios adeptos a deitarem-nos abaixo, a virarem e a apedrejarem o carro do cebola e de outros, e Jesualdo à rasca para se safar.

Se não fossem essas arbitragens, o Benfica devia ter chegado ao Dragão com mais cinco pontos, pelo menos, do que o FC Porto e não com um ponto de atraso.

Aí é que o campeonato se decidiu. Fazer o Benfica “esperar” pelo FC Porto, dando aos jogadores deste clube a confiança e a moral que, de outra forma, se teria esbatido inexoravelmente.

O inverso sucedeu aos jogadores do Benfica. Com a moral em alta, se os árbitros lho tivessem permitido, nem o inventado penaltie de Pedro Proença valia ao clube condenado porque, naquela altura, em vez de estarem a perder apenas por 1-0, talvez estivessem a perder por mais.


3. O speaker do Restelo bem que pediu a bênção ao papa, o corrupto condenado, não o verdadeiro. De nada lhe valeu. Talvez que o clube da Cruz de Cristo não tenha cumprido a sua penitência, talvez não tenha rezado as suas orações com devoção, talvez não tenha pago as “bulas” do sacrifício divino em jogadores que interessassem ao pontificado, o condenado, não o verdadeiro, talvez não soubesse orar tão devotamente à Divina Providência como o seu “devotado” papa, o condenado, não o verdadeiro.

Pelo caminho, houve mudança de devotos, talvez sem pedido prévio de aconselhamento e de licença pontifícia ao papado, o condenado, não o verdadeiro. Talvez tenha havido um hiato de oração, penitência e reafirmação da profissão de fé no papado pontifício, o condenado, não o verdadeiro. Talvez tivessem faltado as juras lancinantes, pungentes e piedosas ao papa, o condenado, não o verdadeiro.

O certo é que não houve bênção papal que valesse ao clube da Cruz de Cristo, apesar de portador dessa insigne Cruz, pese embora toda a devoção e o enternecedor tom de oração do seu tão dedicado e prestimosamente serviçal speaker. É que só a Cruz poderá apenas convencer o Papa, o verdadeiro, não o condenado.

E, tal como o papa, o condenado, não o verdadeiro, foi condenado às purgas do inferno!

É assim o papa, o condenado, não o verdadeiro. Mesicordioso para devotos e crentes praticantes, excomungante e justiceiro odiento para os que mijam, ainda que só umas gotinhas, fora do penico.