Anjinhos, nós?

Tal como já sabíamos (só estávamos a fingir que acreditávamos), o arguido mafioso ontem esteve na PJ não como testemunha de nada, mas sim para vomitar o nome da personagem de dentro daquela instituição que deu com a lingua nos dentes e o avisou antecipadamente da sua eminente detenção, o que permitiu à ratazana ter tempo suficiente para fugir passear para Espanha.

A não ser que a PJ utilize métodos radicais de interrogatório do tipo que se faz em Guantanamo, como será que se saca uma informação destas ao maior aldrabão, corrupto, manipulador e mafioso da história do futebol?. Não só porque estaria a trair um amigalhaço das lides da corrupção (um dos códigos de honra de um mafioso é não ser bufo a não ser que o próprio costado esteja em perigo), mas também porque se iria auto-incriminar. Aí deitaria por terra a tese para enganar os papalvos azul-merda de que apenas teria ido passar um fim de semana tranquilo e por coincidência fora de Portugal, tendo candidamente sabido que a PJ o procurava o que o fez regressar a Portugal e apresentar-se de livre vontade no Tribunal (ler isto a rir, p.f.) . Tal provocou, como se lembram, o famoso episódio tirado de um dos filmes do Padrinho, do arguido mafioso rodeado pela corja de assassinos que se auto-intitulam de claque.

Louvável é, no entanto, o facto do relato do livro da alternadeira acerca deste episódio ter remexido as águas de tal maneira que obrigou o arguido a "testemunhar"... apesar de por enquanto ter sido sobre coisa nenhuma.