segunda-feira, março 3

A saída de Angelino Ferreira!


Há 2 semanas atrás Angelino Ferreira bateu com a porta. Claro que, como tudo o que se passa em Contumil, os jornalistas não se preocuparam em investigar o porquê da saída do principal responsável das finanças do Clube Assumidamente Corrupto. 

Angelino era dentro daquela escumalha toda, um dos menos pestilentos. É portista de coração e dentro do esterco sempre tentou organizar as coisas e manter as contas minimamente aceitáveis. 

No passado foi ele que resolveu os problemas causados pelas megalomanias de Antero Henriques e Pintelho da Prostata. Foi ele que teve que ir buscar financiamento de emergência para pagar os salários em atraso e o dinheiro que deviam ao Santos e aos Standard de Liège. 

Este ano estava convencido que as coisas estavam finalmente nos eixos. Depois das vendas de Moutinho e James, acreditou que a época de 2013/2014 seria mais tranquila. Mas as grandes negociatas voltaram logo com as compras de Ghilas (50% do passe por quase 4 milhões de euros), de Licá (por quase 3 milhões de euros) e de mais uma mão cheia de Latino-Americanos com comissões altíssimas. 

Cedo percebeu que isto ia dar asneira e uma campanha miserável na Champions, complementada por um decréscimo brutal da média de espectadores, trouxe de novo os problemas do passado. 

Os rumores de salários em atraso apareceram em Novembro. Interessante que é na mesma altura (tal como no ano passado) em que a equipa começa a jogar pior. As primeiras derrotas, o Rei Flatuente a ir aos treinos e as reuniões de crise a se sucederem. 

Angelino é o bombeiro. Tem de encontrar dinheiro onde não há. Tem de evitar que os administradores tirem o dinheiro primeiro do que ele consegue pagar os salários.

No plantel há quem não ande contente. Izma desaparece misteriosamente... Lucho queixa-se insistentemente que lhe devem ainda parte do prémio de assinatura e outros dinheiros. Jackson, Otamendi e outros, querem ser pagos a horas. 

Angelino defende que é preciso vender um dos principais jogadores e evitar investimentos. Mas logo é surpreendido com a oferta milionária feita a Quaresma. Mas isso não seria problemático se 1 ou 2 jogadores fossem vendidos. Lucho consegue um acordo e sai, Izma é despachado, e a folha salarial até é reduzida. 

Mas falta vender um jogador. Mangala é o principal candidato... as negociações vão bem, até que Otamendi começa a esticar a corda. E no meio-campo perdem Lucho. E Fernando recusa-se a renovar. De repente perdem o controle. 

Tentam até ao limite que o ManCity lhes compre Otamendi, mas eles querem o Fernando. Com a saída de Lucho, para sair Fernando tem de entrar alguém. Mas o dinheiro é preciso. 

A confusão é geral... e chega dia 31... e só Otamendi sai... e à última hora, e nem consegue ser inscrito. E o clube que precisava de fazer uns 25 ou 30 milhões, faz só 12.

Mas pior... Fernando arma a bronca. Diz que não volta a jogar, e com a derrota na Madeira, lá abrem os cordões à bolsa. E a folha salarial volta a aumentar. 

Angelino é contra... demite-se mas é ameaçado. Acabam por chegar a um acordo. Fica até encontrarem um substituto. E em meados de Fevereiro é anunciada a sua saída. E poucos dias depois aparecem os 30 milhões de prejuízo do 1º semestre e com um cashflow negativo de 14,1 milhões. 

O sistema não morreu... o sistema nunca vai deixar de lutar... mas neste momento está gravemente ferido. Acho que já faltou mais para os ver estoirar!