sexta-feira, novembro 17

Folhetins que nunca acabam (Porquê?)

Image Hosted by 2and2.net

Salve, Benfiquistas!

Os meus caros lembram-se de uma chachada inenarrável que dava pelo nome de Neighbours, importada directamente do país dos cangurus, e que passava na Radio Televisão Portista nos “bons velhos tempos” da televisão única em Portugal?

Ao assistir à presente maratona verde/azul para comprometer profissionais do Glorioso, lembro-me às vezes desses tais Neighbours e das suas historietas inanes. O princípio é basicamente o mesmo: centenas e centenas de episódios a espremer os mesmos “casos” de sempre com o dramatismo e a subtileza de um elefante numa loja de cristais.

Corolário dos esforços verdascos até agora: um arresto de mobiliário no âmbito de uma investigação a uma suposta ilegalidade no recebimento de fundos de um banco luxemburguês por parte de um homem que, à data da suposta, não fazia parte dos quadros do maior clube do mundo.

O Marquês está possesso. É o drama. É o horror.

Mas não podemos também esquecer outros triunfos ainda mais pequenos da imparcialíssima maratona "justiceira" lusitana, como seja o já clássico “caso Nuno Assis", o caso de um jogador que, mercê de análises ao sangue inconclusivas, foi impedido de jogar, tendo a Federação Portuguesa decidido arquivar o processo. Enquanto o Tribunal Arbitral de Desporto não puser um ponto final nesta questiúncula, vamos ter abertura de telejornais para mais uns tempos. Outro caso que costuma vir à baila depois de um triunfo do Glorioso é o ainda mais clássico “caso Mantorras”, a história tocante de um clube falido (Alverca) a tentar sacar uns trocos à custa do maior do mundo – resumido, meus caros, o caso é isto.

Num esforço desesperado dos lacaios da comunicação social, e como a pseudo-tragédia Nuno Assis é chão que já deu uvas, foi agora inventada uma ligação do Benfica ao caso Calciocaos, por via do empréstimo do italiano que em Portugal todos queriam ter para si (a inveja é feia, não é?)

Creio que o próximo caso vai ser o “caso Simão”, o caso da multa de estacionamento que o extremo goleador da Selecção (aprende, Burresma) deixou por pagar em 1998 e que ainda lhe vai dar direito a prisão preventiva, liberdade com termo de residência, e arresto dos Nenucos da filha. Palavra de Marquês.

Agora, há uma coisa em que todos nós concordamos: estes casos repetidos à exaustão têm, ao contrário da inocente soap opera australiana, o objectivo de lançar uma aura de suspeição sobre o maior clube do mundo e encobrir os mecanismos de manipulação da verdade desportiva usados, durante os últimos vinte e poucos anos, por pessoas de inúmeros clubes (alguns da “alta” roda) em Portugal. Enquanto se achincalha profissionais e ex-profissionais do Benfica com o pouco ou nada que se consegue encontrar, o papel de passarões como Valentim Loureiro, Guilherme Aguiar, Pinto de Sousa, Pinto da Costa, Luciano d’Onófrio, António Araújo, etc fica por expor e, mais importante ainda, por punir.

Diz-se que a justiça tarda, mas não falha. Pelo muito que já tardou, espera-se que erradique a fundo a podridão do desporto em Portugal.

...

E, já agora, uma dica para os jornalistas lusos (os que ainda não foram emasculados): os portugueses estão fartos dos Neighbours. Queremos reality shown. Capisce?

Cumprimentos respeitosos do marquês plebeu.