terça-feira, maio 11

GRACIAS, "TACUARA"!


GRACIAS, “TACUARA”!


Jorge de Sousa bem pode estar eternamente grato a Óscar Cardozo, o glorioso e enorme Cardozão.
Nós, também!
Acredito que o 9 de Maio de 2010 ficará para a história, não só como a data em que o 32º título nacional de futebol foi conquistado pelo Benfica, mas também, como um dos dias em que a desgraça passou uma tangente a um artista de trapézio, nascido em Lordêlo.
No domingo, na Luz, durante alguns momentos, pairou no ar a ideia de que algo de dramático poderia acontecer. Sob todos os aspectos.
Nunca ninguém poderá negá-lo. Esse cenário perpassou pela mente de todos os que assistiam ao jogo ao vivo ou em directo pela televisão.
Como os Benfiquistas sabem, e o próprio adepto comum da bola também sabe, o superdragão do Lordêlo é um especialista no manuseio do apito, inclinando habilidosamente o campo, quando e como quer.
Num quadro de desvantagem justa para a equipa adversária do Benfica – expulsão inapelável de um selvagem que pura e simplesmente aviou o Ramires para o resto do jogo – Sousa, no seu melhor, soube medir bem, quais as jogadas potencialmente perigosas para a baliza de Quim. Que me lembre, ao longo de todo o jogo, a marcação premeditada de faltas na intermediária Benfiquista a favor do Rio Ave, traduzida em livres bombeados em profundidade para a sua área e que se tornaram muito perigosos, pois bastava uma cabeçada fortuita para a bola entrar na baliza, foi uma constante. E sem surpresa, num desses livres, uma delas deu o golo que sobressaltou os 64.000 no Estádio da Luz.
Aquele corredor negro e estreito, qual corredor da morte, que nesse preciso momento se esboçou, diluiu-se, felizmente, com a enérgica e oportuna acção de Cardozo, seis minutos depois. Seis minutos que pareceram uma eternidade.
Cardozo tratou pela segunda vez, de lançar a luz da clemência e da misericórdia sobre um fulano que tem sido nas últimas épocas, a par de Lucílio Batista, o maior surripiador de pontos ao Benfica - uma autêntica besta negra. Nenhuma equipa da primeira liga o consegue igualar a este nível. Ele, sòzinho, tem resolvido essa questão com uma eficácia impressionante.
Mas convenhamos, que a haver sangue e tudo o mais que possamos imaginar, como por exemplo, a pulverização de Jorge de Sousa, esfrangalhado no meio de milhares e milhares de invasores, independentemente do autor ou autores desse trágico acto, sempre condenável, haveria sempre, para além de outras, uma entidade responsável moral por esse potencial drama – o líder máximo da comissão de arbitragem da liga.
Inadmissível como uma nomeação destas foi feita tão levianamente para um jogo com uma carga emocional brutal. Uma inconsciência e uma irresponsabilidade tremendas, significando também, mais uma grave afronta ao Benfica, - como se já não bastassem as cirúrgicas nomeações de Artur Soares Dias e a do destrambelhado e pretensioso Olegário Benquerença para a Pocilga – e um acicate perigosíssimo a muitos dos seus adeptos. Um convite equivalente a uma bomba relógio prestes a explodir a qualquer momento dúbio, titubeante ou amnésico de Jorge de Sousa
Jorge de Sousa teve uma nota e uma exibição miseráveis no Vitória de Setúbal-Benfica, prejudicando prioritàriamente o Benfica ao escamotear-lhe dois penaltys. Surripiou hàbilmente um golo a Luisão, em Braga, que dava pelo menos o empate ao Benfica. Contemporizou com a violência de Bruno Alves e Meireles na final da Taça da Liga onde fechou ostensivamente os olhos a todos os golpes baixos protagonizados pelos maus perdedores do costume. Pactuou com a selvajaria. E isto foi só esta época. Se rebobinarmos o filme para as anteriores, o que o habilidoso tem feito, tem sido um escândalo único! Um histórico recente altamente suspeito, que deveria ter sido obrigatòriamente ponderado.
Em vez disso, Vítor Pereira, de uma forma no mínimo inconsciente, tratou de lançar uma acha perigosíssima para a fogueira do título, nomeando-o.
Obrigado Cardozo, por teres dissipado uma nuvem negra, bem negra, que trazia um perigo imenso no seu interior - um corredor da morte de consequências imprevisíveis.
Obrigado Cardozo, por teres mandado uma bofetada de luva branca aos reles detractores que te recriminaram em Setúbal ao falhares aquela grande penalidade no último instante da partida, particularmente a alguns imberbes que gravitam no Clube que representas com nobreza, empenho, espírito de sacrifício e dedicação e que tanto tens dignificado – o Glorioso Benfica.
Bem mereces a Bola de Prata e todos os troféus de melhor marcador que diversas entidades têm reservado para Ti, e bem podes dedicá-los, com ironia, àqueles lambe-cus azuis corruptos, que se masturbaram incessantemente desde sábado à noite glorificando com um precipitado foguetório, um radamel qualquer.
Nunca esquecerei a excelente patada – sim, porque foi uma patada bem merecida nestes anti-Benfica e anti-Cardozo - com o teu pé cego, que Nos deu a vitória e a tranquilidade num jogo carregado de uma emoção tremenda. Como é tão ténue a fronteira entre a felicidade de uma vitória e o cataclismo de uma derrota, ou mesmo, entre a vida e a morte!
Obrigado Cardozo, por teres evitado uma catástrofe a todos os níveis e teres aposto a tua categórica chancela de goleador na conquista do título!!!
“Gracias, Tacuara!
Diós Te ayude siempre!”


GRÃO VASCO