terça-feira, novembro 3

UM PALITEIRO EXPLOSIVO

Vi na TV.
Não li, nem ninguém me contou.
Vi os tumultos. Graves e perigosos.
Vi dois disparos de “shot gun” e ouvi tiros.
Depois, a alusão a esses disparos e a tiros com balas de borracha para assustar e travar a multidão, a grades e pedras atiradas aos agentes de segurança, ao Hezbollah e à bandeira da Palestina – será que estará em curso alguma nova “Intifada”, ou será uma aplicação prática do treino ocorrido há meses em Alcochete?
Tudo isto e mais algumas cenas graves - tentativas de invasão de locais e sectores de um estádio - descrito por um alto responsável policial na reportagem televisiva.
O número de polícias com o respectivo reforço pedido, atingiu, segundo esse responsável, 200 agentes.
Duzentos agentes para 300 manifestantes.
Tudo isto aconteceu na Casa do Grémio dos Viscondes Falidos.

A CS tão lesta a apontar o dedo ao Benfica e aos Benfiquistas em ocorrências deste tipo, desta vez nem sequer mencionou de que clube eram os intervenientes.
Olhem se fossem do Benfica!...
A notícia já tinha dado vinte voltas ao mundo e arredores!
É que para alguns desvairados que chafurdam nos “media” e noutros "sítios" - por exemplo, nalgumas "justiças" - o Benfica é o culpado de tudo!
O Benfica é o culpado da crise nos outros clubes e qualquer dia é também o responsável pela crise económica mundial!

Ora bem, serve este intróito para ilustrar a ênfase que é dada à dimensão de determinados acontecimentos, no caso dos intervenientes serem do Grémio dos Viscondes Falidos ou da Fruta Corrupção & Putedo.
Se fosse o Benfica, tinha sido um cataclismo à escala nacional, com toda a “marabunta” da CS a malhar sem dó nem piedade.
Como foi coisa com o Grémio dos Viscondes Falidos, noticiário “soft” sem levantarem muitas ondas. Coisa pouca.
Mas desta vez, ninguém da CS, do grémio dos viscondes ou da "justiça", pode branquear os factos e dizer que os culpados foram outros. Desta vez as pedradas não vieram da polícia, de certeza. Da outra vez, as imagens não contaram!
Para quê? Para que é que contariam, se da outra vez estavam lá os do Benfica?
Portanto são eles sempre a “comer”!

A verdade é que não foram necessárias “assembleias gerais” para que os aludidos tiros do "Ferreira do palito" se sentissem de uma forma bem audível, que as pedras voassem e que a arruaça de correligionários seus tomasse conta de uma extensa área do estádio dos viscondes falidos.
Ferreira “cuspiu para o ar” e o raio do cuspo lá lhe caiu na careca outra vez, escorrendo-lhe pelas barbas abaixo.



Ferreira, com palito ou sem palito lá teve de engolir, toda a verrina que em matéria de tiros vomitou.
Mas convenhamos que manobrar o palito de uma forma tão exímia, dominando-o completamente com todos aqueles toques faciais, para cima e para baixo, distendendo a queixada, fazendo passar o palito de um canto para o outro canto da boca, tapando-a por vezes como que não querendo revelar tamanho passe de mágica e agarrando no dito palito com o indicador e o polegar com tanta destreza como se fosse uma batuta, é obra!
Com aquela “palitagem” toda, Ferreira revelou todo o seu instinto premonitório – tiros e tumultos no complexo XXI.
JEB, como responsável máximo do grémio, deveria estar mais atento a estes sinais esotéricos de Ferreira.
Mesmo com aquele estilo bronco e muitas vezes inconveniente, demonstrou que em qualquer local o manejo acertado de um palito pode ser um oráculo.
Foi a cena mediática mais transcendental de Ferreira.
Demonstrou com um simples palito que a escova de dentes do Juju Pepsodent e a respectiva pasta já estão obsoletas.
Mostrou à audiência que palitar a dentuça em frente das câmaras da TV e falar de uns tirinhos é o que está a dar.
Demonstrou que com um palito no canto da boca dos “paineleiros e do moderador, o Dia Seguinte pode ser transmitido da taberna do Zé do Pipo.
Provou que mandar indirectas ao seu “ódio de estimação”, deve ser sempre efectuado de palito na mão.
Revelou como um palito pode fazer "juristas" executar cambalhotas.
Mostrou que não precisa de fazer nenhum "casting” para integrar um “spot” publicitário a qualquer marca de palitos.
Provou que está preparado para fazer um “sketch” com o “Gato Fedorento” acerca da utilidade dos palitos no Burkina Faso.
O à-vontade de Ferreira com o palito em frente às câmaras é o retrato fiel de um grémio em decadência.
Uma imagem premonitória de tiros, pedras e desacatos num paliteiro explosivo do séc XXI.
XXI????

GRÃO VASCO

NOTA: Este post foi publicado quase em simultâneo com o anterior, da autoria do Meu Caro Companheiro, Ilustre e Indefectível Benfiquista Lucífer, que escreve com o seu Coração Vermelho nas mãos. Não deixem de ler a sua crónica denunciadora da estratégia de Giorgio di Bufa . É obrigatório!