Fomos ontem alertados por um nosso leitor (que assinou como paasa) sobre a situação seguinte (retirado daqui):
"Num negócio muito pouco transparente, a Câmara do Porto cedeu os direitos de superfície sobre a Piscina de Campanhã, a título gratuito pelo período de 25 anos, ao FC Porto. Essa é condição essencial, a cedência dos direitos de superfície, para que o FC Porto pudesse ter aberto no passado dia 16 de Dezembro um concurso público urgente para a realização de obras de recuperação da infra-estrutura assumindo-se este clube desportivo como dono da obra. É também condição essencial para que o FC Porto possa candidatar-se a fundos do QREN para financiar os custos das citadas obras.Este negócio foi tão pouco transparente que, apesar do FC Porto ter aberto o concurso já há um mês atrás, só há 3 dias é que o executivo municipal reuniu para votar a aprovação da cedência do citado direito de superfície ao FC Porto. Mais grave ainda, um dos vereadores, o da CDU, recusou-se a votar alegando desconhecer o processo e não ter tido tempo para o debater no seu partido. Isto é, no dia da reunião do executivo camarário para decidir sobre o assunto, um dos seus membros estava na mais completa ignorância sobre o processo enquanto o FC Porto, que não tem qualquer assento na Câmara, já sabia de tudo há meses.
Pelo que se sabe, através das notícias vindas a público, uma das condições do negócio é a candidatura e obtenção de financiamento europeu por parte do FC Porto. No concurso público aberto a obra é avaliada em 2,3 milhões de euros. O clube poderá obter um financiamento de 70% do total suportando os restantes 30%. Estes 30% representam 690 mil euros que divididos por 25 anos por sua vez divididos por 12 meses anuais equivalem a uma renda mensal de apenas 2300 euros. Fica mais cara uma lojeca com escassos 60 m2 na Rua Sta. Catarina. Não há dúvida que não é só no futebol que o FC Porto faz bons negócios. São tão bons que nem sequer irá gastar um centavo no projecto para as obras de recuperação: a câmara já o mandou fazer às suas custas.Custou cerca de 75 mil euros."
Depois de usarem um centro de estágio construído com o dinheiro dos contribuintes (e que levaria 2666 a pagar, como se pode ler aqui), agora é a vez de uma piscina olímpica ser usada ao preço da uva mijona.
Certamente que quem elegeu o actual presidente da câmara do Porto não estará surpreendido com isto, afinal estamos a falar de um dragão de ouro
Estamos a falar de alguém que abandonou um programa de tv por (imagine-se!) não querer que se fale nas escutas ao presidente do seu clube
Estamos a falar de alguém que participou (ou foi o principal impulsionador) de uma vigília pela (calma, tentem não se rir) verdade desportiva
Conclusão: há clubes que podem mendigar e abusar de centros de estágio, pavilhões e piscinas municipais que está sempre tudo bem. Mas se um desses clubes fosse o Sport Lisboa e Benfica certamente que haveria quem falasse em concorrência desleal...