segunda-feira, junho 1

NOTAS SOLTAS

A “competência” da batotice desportiva



Pela primeira vez que me lembre, O Benfica escarrapachou no seu site oficial a roubalheira de que o clube foi vítima ao longo de um campeonato. Está lá tudo cristalinamente demonstrado.
Não se trata de um choradinho mas de factos. E factos são factos e contra factos não há argumentos. O Benfica pode não ter jogado bem em muitos jogos, não jogou de facto, o treinador pode ter cometido muitos erros, errou de facto!
Mas o que é também um facto incontroverso, um facto que não deixa de ser facto por ter havido jogos mal jogados e erros do treinador, é que as regras do futebol são para ser cumpridas em todas as situações, são para ser aplicadas correctamente, sem que a sua aplicação dependa do jogar bem ou jogar mal.
E é um facto incontroverso que o não foram, prejudicando sistematicamente o Benfica e, ipso facto, beneficiando os seus adversários e retirando ao Glorioso 16 pontos. Uma barbaridade e uma vergonha, tanto maior este ano quanto ela foi necessária aos poderes corruptos instalados, dada a sua tremedeira durante toda a metade inicial do campeonato e início da segunda e a luta que o Benfica estava a travar, tendo comandado enquanto lho permitiram as bestas sagradas da corrupção.


Em resposta, um serventuário do clube condenado por corrupção tentada veio questionar a competência, justificar o desfecho pela incompetência do Benfica e pela competência do FC Porto.
Tenho que dar um pouco de razão ao serventuário.
De facto, e são tudo factos e contra factos não há argumentos, o FC Porto de Pinto da Costa foi competente, competentíssimo na montagem de um sistema que premeia a batota desportiva como o meio para atingir os seus fins. Foi competente em abocanhar as presidências da arbitragem e da justiça. Foi competente em montar um sistema de aliciamento de árbitros, delegados e observadores não alérgicos à cafeína. Foi competente em classificar os árbitros e em pressionar essa classificação de acordo com os fiéis. Foi competente em pagar testemunhos falsos. Foi competente em promiscuir política, justiça e polícias, de tal modo que nem a prova dos factos ouvidos e nunca desmentidos o condenou até agora na justiça criminal.
O Benfica foi incompetente mas é honesto e honrado!
O FCP de Pinto da Costa é tão competente que até é condenado pela justiça desportiva pela sua competência … em fazer batota.



O louvaminheiro da corrupção desportiva



Queirós é um escriba que quer impressionar e evidenciar a sua suposta sapiência. Por isso, gosta muito de se abonar com que o que fazem ou dizem as personagens que elege para seu paradigma.
Queirós é também um obcecado comparativista que gosta de ilustrar os seus escritos recorrendo a uma espécie de gongorice
Não se sabe se é para impressionar, se é por convicção, indução ou compulsão. Sabe-se apenas que os expedientes são a constante catarse do seu enfadonho, fastidioso e, em especial, pretensioso escrito.
Queirós parece o “novo-rico” da escrita que embroma o seu escrito no manto sabichoso do oráculo bolorento.


Não espanta o louvaminhar que agora deu à estampa. Mas foi um louvaminhar que, se não surpreende pela intenção, deixa na dúvida o conteúdo. De facto, o seu enfadonho laudatório leva-nos a pensar que o, digamos, opinador está a fazer um epitáfio comovente ao seu laudado.
Sabendo-se que Queirós é um lídimo defensor da justiça e da verdade desportiva, como fez questão de frisar em escrito ainda não muito distante, insurge-se contra as desventuras daquele que mais acusações soma contra si por ter, a pedido do seu e de Queirós papado, falsificado documentos e alterado as classificações dos árbitros, à vontade de Pinto da Costa, o condenado.
É claro que Queirós ficou triste porque o seu papa, o condenado, perdeu um aliado na mistificação e na defesa da sua justiça e da sua verdade desportiva. É claro que Queirós gosta de Pintos, o da Costa, o Lourenço, o Adriano e agora … o de Sousa! Todos eles trambicaram na batotice desportiva a favor do seu clube corrupto condenado. Alguns safaram-se, outros não.
Vai daí, junta lamúria, louvaminha e epitáfio em honra do confrade de seu papa, o condenado por corrupção desportiva tentada, isto é, por defender a tal de justiça e de verdade que Queirós tanto apregoa com lacrimosos balidos.



O novel comentarista amestrado e cérebro já branqueado



João Vieira Pinto é um novato comentador desportivo. É novato mas já tem o cérebro devidamente lavado e amestrado, condição sine qua non para exercer o cargo. E tem o cérebro lavado e amestrado com aquele detergente que lhe faz banir da sua certamente tacanha memória o incómodo ao clube corrupto condenado. Completada a amestração com as palas tradicionais dos avençados, já sabe a música de cor e quem é o seu maestro. Ele ainda se lembra das queixadas e dos narizes partidos quando jogava futebol com outras cores e não quer correr mais riscos.
Há dias, perguntava o novel e já devidamente amestrado comentador.
- Quem anda a contratar jogadores para o Benfica?
- A SAD com o actual treinador?
- A SAD com o futuro treinador?
- A SAD?


Um tal de João Bonzinho, imaginemos, também um comentador que não faz justiça ao nome, repetia as mesmas perguntas.
A primeira constatação é a de que estes, digamos, comentadores desportivos são analfabetos e não sabem ler. A imprensa, mesmo aquela que pertence ao dito rol avençado, noticiou com todas as letras que os novos reforços tinham o aval de Quique Flores.
No entretanto, foram contratados três jogadores pelo FC Porto, desde Janeiro para cá, sem ninguém saber quem seria o futuro treinador desse clube condenado por corrupção desportiva tentada. Naquele tempo de compras para facilitar a pontuação nos jogos a disputar, falava-se insistentemente em Jesus como substituto do professor. Era praticamente um dado adquirido. Um pouco a medo, depois, perfeitamente natural na nossa amestrada comunicação social, foi-se escrevendo que havia um tabu lá para os lados da batotice desportiva.
Posto isto e já que as sumidades, imaginemos, jornalísticas acima identificadas não fazem as perguntas, perguntamos nós. Só acrescentaremos uma questão.
- Quem andou a contratar jogadores para o FC Porto?
- A SAD com o actual treinador?
- A SAD com o tão insistentemente falado sucessor do, afinal, actual treinador?
- A SAD?
- Pinto da Costa, o condenado por corrupção desportiva e impedido de assinar contratos?


E respondendo à tirada do, imaginemos, comentador Bonzinho.
No Benfica, o que é verdade agora pode realmente não o ser amanhã porque os factos mudam, a realidade é dinâmica.
No FC Porto não há verdade agora e amanhã mentira, ou vice-versa.
No FC Porto há só mentira, ontem, hoje e amanhã. Alguma, já foi julgada e condenada. Outra, ver-se-á!



O piadista e pindérico avençado



Este país pode ser tudo, pobre, analfabeto, picuinhas, chauvinista, intriguista, pequenino. Mas tem uma classe de ditos jornalistas, articulistas, comentaristas e opinadores que bem se esforçam e tudo têm feito para lhe espelhar estas virtudes, afinal de contas, apenas o reflexo das suas próprias.
De vez em quando, aqueles que têm por missão zelar pela limpeza desta porcaria em que se transformou, no geral, a nossa comunicação social, lembram-se que devem aparecer e lá se esforçam por fazer crer que fazem alguma coisa para que um código deontológico e outros princípios do jornalismo decente não sejam apenas um papel encadernado e pendurado na parede.
Desta vez, coube em sorte a senhora da asneira de boca grande, publicamente repreendida pela sua paupérrima teatralização, esbracejante e labiante, pelos seus julgamentos sumários e pela misérrima encenação e representação, conquanto tudo condiga com a personagem recriminada. E vieram logo duas reprimendas, a da ERCS e a do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas.
Mas há mais exemplares, no meio, é óbvio, de algumas excepções que só confirmam a regra. Um desses exemplares tem mais tendência para a piadística miserenta, a condizer igualmente com a personagem. Chama-se Gonçalo Amorim e gatafunhou a piada do século, do passado e do presente, e não a do milénio porque antes tal palavra não fazia parte de nenhum léxico.
Escreveu ele, ou alguém por ele, com a pompa e circunstância próprias dos provincianismos bacocos e ignorantes, a seguinte frase:


«Com o Futebol Clube do Porto fui aprendendo que a democracia se constrói todos os dias»


Imaginem só onde é que ele, de há cerca de 30 anos para cá, lobrigou um niquinho de democracia no clube corrupto condenado, ou melhor dizendo, nos seus dirigentes e, em especial, no seu papa igualmente condenado!
Jardim ainda faz um arremedo de eleições para perpetuar a sua monarquia.
Mas o FC Porto com Pinto da Costa?!
Ele vê-se e lê-se cada uma! …
Divirtamo-nos, pelo menos, não com a piadística de baixo nível, mas com o presunçoso piadista.
Que bela democracia ele foi aprendendo com aquele seu exemplar modelo! A da batotice desportiva, naturalmente!